Hospital Sírio-Libanês aposta em redes colaborativas para enfrentar desafios da saúde
04/09/2025

Em um hospital de alta complexidade, nada acontece de forma isolada. Do centro cirúrgico ao setor financeiro, da equipe médica à área de suporte, cada decisão tem impacto direto na experiência e na segurança do paciente. É nesse cenário, marcado por múltiplos atores e processos interligados, que surge um dos maiores desafios para a inovação em saúde: romper as barreiras internas que fragmentam as organizações. 

Para Marco Saavedra Bravo, gerente de Melhoria Contínua do Hospital Sírio-Libanês, essa é uma condição indispensável para qualquer avanço. 

“Os silos matam a inovação. Quando cada área trabalha de forma isolada, você pode resolver um problema local, mas prejudicar indicadores de outro setor. O caminho é ter metas transversais e processos de ponta a ponta”, afirmou durante palestra no Lean Summit. 

Da hierarquia rígida às redes vivas 

Durante anos, hospitais e empresas de diferentes setores operaram sob lógicas hierárquicas fixas. Nesse modelo, cada diretoria definia metas próprias, sem olhar para o impacto coletivo. O resultado era previsível: eficiência aparente em algumas áreas e gargalos persistentes em outras. 

“Em modelos tradicionais, manda quem fala mais alto. Em modelos colaborativos, qualquer colaborador pode trazer uma solução, porque muitas vezes quem está na ponta conhece melhor os problemas do que a liderança”, explica Bravo. 

Esse deslocamento muda o papel das lideranças, que deixam de ser apenas gestoras de tarefas para se tornarem facilitadoras, capazes de empoderar equipes e criar espaços de escuta. 

Aprendizados da prática 

No Sírio-Libanês, esse modelo se traduz em iniciativas de melhoria contínua que utilizam metodologias como Agile e Kaizen. Um exemplo são os agentes de melhoria, colaboradores de diferentes funções capacitados para identificar problemas e propor soluções. “Não se trata de iniciativas individuais ou de um setor específico, mas de fazer com que toda a instituição participe do processo de inovação”, reforça Bravo. 

A pandemia de Covid-19 colocou essas práticas à prova em escala inédita. “Frente a um cenário catastrófico, percebemos que a gestão tradicional não funcionaria. Migramos para o Agile, estruturamos squads e guildas e conseguimos apoiar secretarias de saúde em todo o país. Foi um momento em que transformamos o caos em inovação”, relata. 

Essa experiência mostrou que metodologias ágeis não são apenas ferramentas de gestão, mas também instrumentos de resiliência em contextos de crise, segundo o executivo. 

O presente da inovação em saúde 

Para Bravo, não faz mais sentido falar em inovação como algo distante ou restrito à tecnologia de ponta. O maior ganho está em criar equipes multidisciplinares capazes de resolver problemas complexos de forma colaborativa. 

“O presente é colaborativo, ágil e digital. Inteligência artificial é hoje, digitalizar processos é hoje, investir em times multifuncionais é hoje. A colaboração é a base para a sustentabilidade e crescimento das organizações”, conclui. 

Assim, mais do que uma escolha de gestão, a colaboração se consolida como o caminho para que hospitais enfrentem os desafios atuais, equilibrem eficiência com qualidade e, principalmente, consigam responder rapidamente às mudanças impostas pelo setor. 





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