Nesta quinta-feira (5) foi anunciada a implantação do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), em um evento realizado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em São Paulo. O ITMI-Brasil será o primeiro hospital inteligente do país e atenderá pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) como parte do complexo do Hospital das Clínicas da FMUSP, em um projeto que conta com a liderança do governo federal, em parceria com o governo do Estado de São Paulo e o HCFMUSP, além do financiamento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), ligado ao bloco do BRICS.
— Hoje demos mais um passo para implantar aqui no Brasil o Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente, um hospital ultramoderno, com tudo o que tem de tecnologia da informação, conexão ultrarrápida, análise dos dados, customização do atendimento e integração com a rede — diz o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O centro será referência em saúde digital, unindo tecnologias avançadas como inteligência artificial, internet das coisas, big data, telessaúde, ambulâncias conectadas por 5G, automação hospitalar e sistemas de gestão preditiva. O objetivo é tornar o atendimento no SUS mais eficiente, rápido, humanizado e tecnológico.
— Esse instituto tecnológico de medicina inteligente vai assistir pessoas e ao mesmo tempo produzir tecnologias e inovação e replicá-las para escalar nacionalmente e talvez até mesmo internacionalmente. Vai ser o primeiro hospital que já vai nascer dentro do conceito de hospital inteligente — diz a médica Ludhmila Hajjar, professora titular das Emergências Clínicas na FMUSP e coordenadora do projeto.
A unidade hospitalar ocupará uma área de 150 mil m², com padrões internacionais de sustentabilidade, segurança e inovação. No total, serão 800 leitos, com foco especial em emergência, terapia intensiva e neurologia.
— O paciente grave, de emergência, é o que mais se beneficia dessas tecnologias redutoras de tempo, que vão instituir terapias personalizadas — explica Hajjar. — Esse hospital dá um salto para a medicina de precisão. É um SUS que vai cuidar de maneira eficiente do paciente de alta complexidade.
A expectativa é que o hospital esteja pronto em três anos após a aprovação do financiamento.
— Estamos encerrando hoje uma etapa importante, que é o fim da visita do Banco de Desenvolvimento dos Brics, que é quem está disposto a receber esse projeto e analisar o financiamento. Vamos acompanhar de perto a discussão sobre o projeto e temos a expectativa da aprovação o mais rápido possível. Todo o orçamento do Ministério da Saúde já está organizado para acolher o financiamento, se aprovado, e poder iniciar o projeto — diz Padilha.
Simultaneamente à construção do hospital, serão criadas dez UTIs inteligentes espalhadas pelo país.
— Enquanto o hospital está em construção, queremos já implementar inovação no atendimento dos pacientes graves. Então dez UTIs, que já funcionam normalmente em dez capitais brasileiras, serão conectadas com sistemas de integração, com a medicina digital — explica Hajjar.
Na prática, isso significa, por exemplo, implementar uma inteligência artificial, que já existe em alguns leitos do HCFMUSP, capaz de avaliar o risco do paciente fazer hipotensão nas próximas horas ou ainda a probabilidade de ter sepse e apontar qual é o paciente mais grave.
— A medicina digital na UTI integra todos os dados e isso é fundamental para tomar a decisão mais rápida no momento certo — diz a médica.
Além disso, o hospital será um hospital verde, conectado com a agenda climática de transformação.