Hospitais e laboratórios criam plataforma contra ataques cibernéticos
11/09/2025

Hospitais, laboratórios, operadoras de planos de saúde entre outras empresas do setor se uniram para criar uma plataforma de software que compartilha informações sobre ameaças digitais ao setor de saúde no Brasil. A ideia é elevar a segurança de um setor bastante visado por cibercriminosos. 

A Plataforma de Compartilhamento de Informações sobre Ameaças (MISP, na sigla em inglês para Malware Information Sharing Platform) é uma iniciativa da Associação Brasileira CIO [sigla em inglês para executivo-chefe de tecnologia] e Líderes de Tecnologia da Informação em Saúde (ABCIS) e será lançada em outubro, informou a entidade. 

A rede de informações da MISP estreará com cinco integrantes: A.C.Camargo Cancer Center, Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc), Hospital do Coração (HCor), Hospital Sírio-Libanês e a Unimed Nacional. 

Com o tempo, outras instituições ingressarão no compartilhamento de dados de ameaças. O grupo inclui instituições de saúde representadas por 150 executivos de segurança da informação que participam do grupo de trabalho de cibersegurança da ABCIS, informa a associação. 

Para os especialistas em cibersegurança, o MISP representa um marco importante na capacidade de prevenção, detecção e resposta a incidentes de segurança da informação. 

Golpes de "phishing" respondem por 63% das ocorrências em instituições de saúde e são a principal porta de entrada dos ciberataques, segundo uma pesquisa da organização global sem fins lucrativos Sociedade dos Sistemas de Informação e Gestão na Saúde, a Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS). 

A "Pesquisa de Cibersegurança em Saúde HIMSS 2024" foi realizada com 273 profissionais de cibersegurança da área de saúde, entre novembro e dezembro de 2024. O estudo também mostra conteúdos audiovisuais manipulados com inteligência artificial, conhecidos como "deepfakes", já começam a ser usados como vetores de ataques cibernéticos, sendo 6% em imagem, 4% em áudio e 3% em vídeo. 
 

Outro dado mostra que apenas 45% das organizações pesquisadas testam regularmente seus planos de resposta a incidentes por meio de simulações. Quando o assunto é sequestro de dados, conhecido como "ransomware", 13% das instituições sofreram ataques no último ano, sendo que 62% optaram por não pagar o resgate. 

O avanço na digitalização da saúde, que reúne um volume alto de informações sensíveis, tornaram o setor um dos alvos mais visados do cibercrime. "Informações de saúde protegidas podem ser usadas para fraudes, extorsão e até mesmo para comprometer a segurança de pacientes", afirma o executivo-chefe de segurança da informação (CISO) do Hospital Sírio-Libanês e Coordenador do GT de Cibersegurança na ABCIS, Leandro Ribeiro, em comunicado. 

"Um ataque bem-sucedido não apenas acarreta perdas financeiras e danos reputacionais, mas, em nosso meio, pode ter consequências de vida ou morte. Interrupções em sistemas críticos, como os de prescrição de medicamentos, agendamento de cirurgias ou o funcionamento de equipamentos de diagnóstico, representam um risco direto e inaceitável à segurança do paciente”, alerta Ribeiro. 

Além do MISP, a ABCIS fará o lançamento do “Manual brasileiro de diretrizes e boas práticas em segurança da informação para o setor da saúde” como referência aos profissionais do setor. Além disso, a associação oferece cursos para profissionais da saúde e para fornecedores de tecnologia, que precisam entender as particularidades e complexidade do setor. 
 





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