O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) foi designado Centro Âncora da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo ligado à ONU. A representação ficará a cargo do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e do Instituto de Radiologia (Inrad). O acordo foi oficializado em 16 de setembro, na sede da agência, em Viena.
Os Centros Âncora funcionam como polos regionais de conhecimento e capacitação. A adesão do Icesp e do Inrad ocorre no âmbito do programa internacional Rays of Hope – Cancer Care for All, criado pela AIEA em 2022 para ampliar o acesso a tratamentos oncológicos, sobretudo radioterapia e diagnóstico por imagem, em países de baixa e média renda.
A coordenadora do Serviço de Radioterapia do Inrad, Heloisa Carvalho, foi a Viena para assinar o acordo em nome do superintendente do HCFMUSP, Antonio José Rodrigues Pereira. Para Heloisa, a conquista representa um passo importante para ampliar a inovação e o acesso à saúde.
“O reconhecimento internacional da nossa excelência científica abre portas para atrair mais investimentos estratégicos, promover inovação e, acima de tudo, ampliar o acesso dos pacientes a tecnologias avançadas e tratamentos de ponta”, afirma.
O presidente do Conselho do Inrad, Giovanni Cerri, avalia que o novo papel reforça a convergência entre ciência, inovação e compromisso social.
“Nos tornarmos centro âncora é uma oportunidade de unir ciência, inovação e compromisso social e consolida no Brasil nosso compromisso com o acesso equitativo a tecnologias de ponta em saúde”, diz.
Na mesma linha, o vice-presidente do Conselho Diretor do Icesp, Carlos Alberto Buchpiguel, chamou atenção para o impacto social do reconhecimento internacional.
“Além da importância em sermos reconhecidos como um Centro Âncora da Agência Internacional de Energia Atômica, o que é motivo de orgulho e o que nos honra profundamente, salienta-se a importância social do papel de nossa Instituição em promover e apoiar o acesso mais amplo da sociedade a diagnósticos e tratamentos de excelência na área de oncologia, especialmente naqueles países que mais carecem de recursos humanos e tecnológicos”, destacou.
Já o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Francisco Rondinelli, ressaltou o potencial das parcerias para qualificação profissional e pesquisa.
“As parcerias ampliam as possibilidades de cooperação internacional para a formação de profissionais altamente qualificados e para o desenvolvimento de pesquisas de ponta em radioterapia e medicina nuclear”, afirmou.