O aumento global das doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson e Esclerose Múltipla, é hoje um dos principais desafios para sistemas de saúde. No Brasil, esse cenário também se intensifica e exige respostas estruturadas.
Nesse contexto, o Alta Diagnósticos, laboratório da Dasa, inaugurou em São Paulo o Núcleo de Memória, centro dedicado ao diagnóstico precoce e ao acompanhamento de distúrbios cognitivos. A proposta é dar visibilidade e oferecer alternativas a um problema de saúde pública que cresce de forma silenciosa, mas em ritmo acelerado.
Instalado na unidade de Higienópolis, o espaço reúne referências médicas de diferentes especialidades e corpo clínico treinado em protocolos atualizados.
A estrutura foi concebida para atender pacientes que buscam identificação precoce de alterações cognitivas e acompanhamento contínuo, premissas consideradas fundamentais para garantir maior qualidade de vida em uma população que envelhece rapidamente.
Os números dimensionam a urgência: estima-se que ao menos 1,76 milhão de brasileiros vivam com algum tipo de demência hoje, de acordo com a Fapesp e o Ministério da Saúde.
No cenário mundial, mais de 55 milhões de pessoas já convivem com a condição, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As projeções são ainda mais desafiadoras: 74,7 milhões de casos previstos para 2030 e mais de 130 milhões em 2050.
“O crescimento dessas doenças está diretamente ligado à inversão da pirâmide etária e ao envelhecimento populacional e impõe um desafio urgente ao sistema de saúde. O diagnóstico precoce e intervenções eficazes são, hoje, as ferramentas mais importantes para preservar a qualidade de vida de quem convive com essas doenças, um foco central da proposta do Núcleo de Memória e da atuação da Dasa”, afirma Leonardo Vedolin, vice-presidente da área Médica da empresa.
A criação do Núcleo de Memória integra um movimento maior de expansão do Alta Diagnósticos, que recentemente abriu uma unidade no Parque Ibirapuera, em São Paulo, com infraestrutura atualizada e serviços de alta complexidade. A ideia é ampliar a oferta de exames de precisão e consolidar áreas voltadas para prevenção e acompanhamento contínuo de pacientes.
“A criação do Núcleo de Memória é uma resposta à necessidade urgente de olhar com mais atenção para a saúde cognitiva, especificamente das demências que acometem a sociedade. Com tecnologia de ponta, um time altamente qualificado e um portfólio completo de diagnósticos preventivo e preditivo, que ajudarão no tratamento e influenciarão na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, oferecendo um modelo inovador, centrado no paciente e na identificação precoce de sintomas”, afirma Claudia Cohn, diretora de negócios institucionais da Dasa e diretora executiva do Alta Diagnósticos.
O Núcleo foi desenhado para atender pessoas com sinais iniciais de perda de memória ou declínio cognitivo e motor. O atendimento é feito por equipe multidisciplinar — que inclui geriatras, radiologistas, geneticistas, hematologistas e outros especialistas — coordenada por neurologistas. Um dos objetivos é identificar causas reversíveis, como depressão, distúrbios metabólicos ou efeitos colaterais de medicamentos, que podem imitar quadros de demência.
O espaço também conta com recursos avançados para investigação de doenças neurodegenerativas, incluindo exames de imagem, testes neuropsicológicos e biomarcadores sanguíneos como tau181 e tau217. Esses marcadores têm se mostrado fundamentais para distinguir o Alzheimer de outras condições semelhantes, permitindo definição de condutas mais direcionadas.
“Em um mundo que envelhece rapidamente, a doença de Alzheimer deixa de ser apenas um desafio clínico para se tornar uma urgência social — e cabe aos centros de excelência em memória liderar essa nova era, oferecendo diagnóstico precoce, precisão cognitiva e dignidade de tratamento adequado a uma população cada vez mais presente”, afirma o neurologista Diogo Haddad, professor da Santa Casa de São Paulo e pesquisador de novos diagnósticos e terapias para Alzheimer.