Chatbots e copilotos de IA ganham espaço, mas não substituem médicos
03/10/2025

O primeiro dia de debates e palestras do Healthcare Innovation Show 2025 trouxe para a pauta a questão dos chatbots, copilotos e da comunicação automatizada, avaliando até que ponto o cuidado com o paciente pode ser delegado à inteligência artificial.

O diretor médico de Saúde Digital do Sistema Alice, Cesar Ferreira, apresentou o modus operandi do sistema quanto às tecnologias de IA em contato com pacientes.

Segundo ele, o chatbot simples de atendimento básico já é assimilado por diversas instituições. Já o copiloto é uma ferramenta mais elaborada, que faz um pré-preenchimento do prontuário, posteriormente revisado pelo médico.

“Percebemos que o médico, ao ditar durante a consulta o que está analisando do paciente, foca melhor no atendimento e otimiza o tempo de preencher o prontuário”, diz Ferreira. E, por fim, a comunicação automatizada, em sua visão, não substitui o médico.

Também participou do debate o diretor médico do Grupo Santa Joana, Eduardo Cordioloi, que contou sobre o uso de IA no apoio ao atendimento pré-natal. “Criamos a Madrinha Joana para suprir a demanda de atendimento online, principalmente na madrugada, em questões de dúvidas simples.”

A mediadora do debate, Adriele Marchesini, jornalista e integrante da Associação Brasileira de Inteligência Artificial (ABRIA), questionou os participantes sobre os desafios do uso da IA. Cesar Ferreira afirmou que lidar com IA é como atuar no RH das empresas: é preciso dar feedback para que a melhora aconteça. “Mas, além do desafio tecnológico, há o ético e o moral. As pessoas precisam saber quando estão sendo atendidas por IA e poder decidir se querem ou não esse tipo de cuidado”, ponderou.

Já Eduardo Cordioloi lembrou outro desafio: administrar a resistência dos funcionários da empresa à adoção de novas tecnologias. “No processo, entendemos que aproximar o colaborador da tecnologia para que acompanhe e participe dessa inovação é a chave para diminuir as ansiedades e resistências”, opinou.

Os debatedores concordaram que o melhor uso da tecnologia vem da solução de uma demanda e que adotar IA sem uma função pré-determinada representa desperdício de recursos.

O HIS 2025 vai até o dia 2 de outubro, reunindo mais de 4 mil participantes e 100 horas de conteúdo. “A cada edição, o HIS reforça seu papel como ponto de encontro da saúde digital. Em 2024, registramos um crescimento de 30%, e a projeção para este ano é superar essa marca. No evento, conectamos líderes, startups e grandes empresas em um ambiente no qual a inovação se traduz em experiências práticas, negócios e soluções reais para o setor”, afirma Juliana Vicente, head do portfólio de Saúde da Informa Markets.





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