Pesquisa realizada entre maio e junho deste ano pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em parceria com a Wolters Kluwer, aponta que 82% dos hospitais privados já utilizam algum recurso ou solução de Inteligência Artificial, mas que 74% ainda se sentem pouco preparados para essas transformações tecnológicas nas áreas clínicas nos próximos dois anos. O levantamento foi feito com 102 hospitais associados.
Segundo o professor Giovanni Cerri, presidente do Conselho do Instituto de Radiologia (INRAD), um dos grandes desafios é integrá-la ao ambiente hospitalar sem criar barreiras aos profissionais. “Nosso desafio diante da saúde digital é que temos profissionais que resistem à tecnologia”, esclarece.
Ele explica que para reverter esse tipo de comportamento em relação ao que surge de novidade em tecnologia na área da saúde, é importante haver um trabalho de conscientização com os profissionais. “Temos que ensinar desde fundamentos básicos até questões como qualidade dos dados e segurança digital. Demonstrar na prática que a IA não só aumenta a produtividade, eficiência e eficácia, como também reduz erros.”
A Inteligência Artificial tem sido utilizada no INRAD para automatizar a triagem de exames, priorizando casos urgentes e reduzindo o tempo de resposta médica. “Com todos os avanços tecnológicos disponíveis na área da saúde, não é mais aceitável que os profissionais continuem, por exemplo, emitindo laudos como se fazia há 30 anos. A IA não deve ser encarada como uma ameaça, mas como uma aliada. Afinal, a última palavra deve ser sempre a do médico. Portanto, é indispensável que os profissionais se capacitem para isso”, conclui.