O Instituto de Neurologia de Goiânia (ING) inaugura hoje, dia 9 de outubro, sua unidade de cirurgia robótica. A implementação da tecnologia coloca o hospital entre os centros médicos do país que oferecem procedimentos de alta complexidade com técnica minimamente invasiva.
O diretor-geral do ING, Jayme Ferraz, considera a inauguração “um momento marcante” e “uma conquista importante para nossa instituição”, que “marca o início de uma nova era em nossa jornada para oferecer os melhores cuidados e tratamentos aos nossos pacientes”.
Os estudos indicam que a cirurgia robótica apresenta vantagens em relação às técnicas tradicionais: menor necessidade de analgésicos, redução do sangramento, menor incidência de hérnias incisionais e retorno mais rápido às atividades habituais. Para os cirurgiões, a ergonomia do console proporciona maior conforto durante os procedimentos.
O coordenador do programa reconhece que o acesso à cirurgia robótica ainda enfrenta limitações no Brasil. A Portaria SECTICS/MS nº 72, de 30 de setembro de 2025, incorporou a prostatectomia radical robótica aos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS), o que pode ampliar o acesso tanto na rede pública quanto na saúde suplementar.
Vagner Gil esclarece que “todos os movimentos são 100% controlados pelo cirurgião” e que “o robô é uma ferramenta que amplia nossa precisão, mas quem conduz todo o processo é sempre o médico”.
O coordenador projeta que “com o avanço da concorrência entre fabricantes, os custos diminuirão e o acesso será cada vez mais democrático, beneficiando mais pacientes que podem se valer dessa inovação”. A tecnologia robótica cirúrgica tem se expandido globalmente, com crescimento no número de equipamentos e cirurgiões certificados anualmente.
A inauguração da unidade representa a ampliação da capacidade cirúrgica do ING e a introdução de uma tecnologia que já é utilizada em diversos centros médicos no país e no exterior.
A cirurgia robótica utiliza pequenas incisões por onde são introduzidas câmeras e pinças conectadas a braços robóticos. O cirurgião controla os instrumentos a partir de um console, operando com visão tridimensional ampliada. A técnica permite movimentos mais precisos em comparação aos métodos convencionais.
Segundo o urologista Vagner Gil, coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do ING, a tecnologia possibilita “realizar cirurgias complexas de forma mais delicada e segura, proporcionando ao paciente menos dor no pós-operatório, menor risco de complicações, cicatrizes mínimas e uma recuperação significativamente mais rápida”.
A urologia representa a especialidade com maior utilização da robótica cirúrgica mundialmente, focando principalmente no tratamento de tumores de próstata, rins e bexiga. A tecnologia também é aplicada em cirurgia digestiva, ginecologia, torácica, cardíaca e procedimentos de cabeça e pescoço.
Na prostatectomia radical robótica, os pacientes apresentam maior preservação da continência urinária e da função sexual, além de tempo de internação reduzido – frequentemente entre 24 e 48 horas após o procedimento.