Vera Cruz Hospital aprimora indicadores de qualidade e segurança após acreditação da JCI
17/10/2025

O Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), alcançou resultados expressivos após a conquista da acreditação internacional da Joint Commission International (JCI).  

A instituição reduziu a taxa de infecção de sítio cirúrgico e viu o índice de reinternação cair de 4,5% para 1,2%.  

“Destacamos o indicador de incidência de queda com dano, cuja taxa foi de 0,2 para cada 1.000 pacientes-dia; o indicador de profilaxia de tromboembolismo venoso, cuja taxa foi 99,5% de realização da profilaxia; e o indicador de infecção do trato urinário associada ao cateter vesical de demora, cuja taxa foi de 1,5 para cada 1.000 pacientes CVD-dia e tivemos ainda um ganho na Governança Clínica”, detalha Gabriel Redondano, diretor técnico médico da instituição. 

Cultura de qualidade e engajamento multiprofissional 

O executivo explica que a meta do hospital não era apenas obter um selo de qualidade, mas consolidar uma jornada capaz de equiparar o Vera Cruz aos principais centros de referência do mundo.  

“Queríamos fortalecer a cultura de qualidade e segurança centrada no paciente. E buscamos no Consórcio Brasileiro de Acreditação, o CBA, para ser nosso parceiro nessa jornada rumo à excelência”, afirma. 

Para atingir esse objetivo, o hospital estruturou grupos de trabalho multiprofissionais dedicados a cada capítulo do manual da JCI. As equipes tinham autonomia para propor melhorias e utilizaram metodologias ativas para estimular o engajamento, como o “Master Chef de Metas”, o “Cine Vera Flix” e crachás com QR Code que direcionavam à cartilha de metas e protocolos na inteligência artificial interna. 

“Reuniões mensais também foram realizadas para levantar os pontos que precisavam de apoio dos outros grupos, lideranças e áreas do hospital, sempre com o direcionamento dos educadores do CBA”, conta Redondano. 

A revisão de processos alcançou também a cadeia medicamentosa — desde fornecedores e armazenamento até a administração de fármacos de alta vigilância. 

 “Atualmente, temos uma sala de preparação de insulina na UTI, por exemplo. Os medicamentos de alta vigilância são direcionados ao andar em maletas com lacre e identificação, dificultando o acesso indevido a medicamentos como antibióticos e outros. No centro cirúrgico, houve mudança na administração de psicotrópicos. Hoje, o próprio anestesista é quem retira o medicamento, prepara, descarta ou retorna com o mesmo para farmácia, tudo da forma preconizada. Temos total controle do caminho do medicamento”, relata o diretor. 

Houve também avanço na segurança do paciente após a implantação de novos protocolos, de acordo com Cláudia Matias, gerente de Qualidade do hospital. 

“Criamos um protocolo de cuidados voltado à alta segura do paciente, garantindo a educação e a administração medicamentosa correta, uma preocupação do hospital com a continuidade do cuidado”, afirma. 

Os ganhos foram percebidos em diversas frentes: melhor organização e segurança assistencial; maior engajamento do corpo clínico; redução de documentos obrigatórios e aprimoramento das linhas de cuidado em AVC e infarto. Também foi criado um comitê para inspeção e manutenção predial, com reuniões mensais, reforçando o compromisso com a infraestrutura e o ambiente seguro. 

Dor como quinto sinal vital 

Durante o processo para conquistar a acreditação, houve a implementação do protocolo de dor como sinal vital.  

“Conseguimos o reconhecimento da dor como o quinto sinal vital por nossos profissionais. Também atuamos para que nossos pacientes tivessem o conhecimento e letramento de que dor não é algo bom. Com isso, acolhemos melhor os pacientes. Hoje, quando mensuramos o índice de satisfação do paciente internado pré e pós-acreditação, é imensamente maior. E atribuímos isso muito ao fato do reconhecimento da dor como um sinal vital”, pontua Redondano. 

O fortalecimento da cultura de segurança foi impulsionado por uma plataforma educacional on-line direcionada a todos os colaboradores.  

“Oferecemos trilhas de educação com cursos obrigatórios e opcionais sobre cuidados assistenciais, higienização das mãos, riscos de infecção até abandono do prédio em caso de incêndio, prontuário eletrônico, entre outros. Com isso, acompanhamos a adesão e a melhoria da qualidade”, explica o diretor técnico. 

O corpo clínico passou a participar de reuniões on-line para discutir a segmentação médica, a adesão às plataformas, a satisfação dos pacientes e a qualificação profissional.  

“Um exemplo foi a simulação de treinamento de múltiplas vítimas, que proporcionou a melhoria dos nossos protocolos. Assim, conseguimos ‘abraçar’ os profissionais que estão chegando”, completa. 

Protocolos personalizados e cultura de cuidado contínuo 

O hospital também reforçou os protocolos de atendimento a pacientes vulneráveis, com identificação diferenciada e abordagem multidisciplinar. 

 “Desde a entrada, esse paciente tem uma identificação diferenciada na pulseira. Todo o hospital é treinado para reconhecer que o paciente necessita de cuidados especiais. Temos vários protocolos personalizados, com horário de visita diferenciado, cuidados humanizados, acompanhamento multidisciplinar, internação que identifique as necessidades especiais (física, psíquica, religiosa). A conscientização de todos é fundamental”, ressalta o executivo. 

A cocriação dos protocolos com o CBA foi determinante para os avanços alcançados, segundo Redondano. “O comprometimento do CBA com a cultura da qualidade do nosso hospital foi tão grande que não parecia estarmos lidando com uma organização externa e sim com um outro departamento do hospital”, afirma. “O Vera Cruz é um hospital que sempre sonhamos trabalhar e que iríamos optar, como paciente.” 

Para Heleno Costa Júnior, superintendente do CBA, o desempenho do Vera Cruz se destacou durante o processo de acreditação.  

“Fizemos visitas educativas em que aplicamos rastreadores que confirmam que as melhorias foram realizadas ‘na ponta’, ou seja, pelos profissionais que cuidam diretamente do paciente e o retorno foi bastante positivo. O que mostra que o sistema foi bem implantado no hospital”, avalia. 





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