Certificações e rankings: quando medir é também cuidar
23/10/2025

Quando um paciente entra em um hospital, leva consigo não apenas um diagnóstico ou uma dor física, mas também expectativas: de ser ouvido, de ter segurança em cada etapa e de confiar que está no lugar certo. Eu, como médico, conheço bem esse momento e sei que, para quem está sob cuidados da equipe, segurança, qualidade e confiança são fundamentais.

É por isso que as certificações e os rankings hospitalares têm um papel que vai muito além do prestígio institucional. Eles funcionam como sinais de credibilidade, mostrando que aquele cuidado é guiado por padrões reconhecidos no mundo todo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 em cada 10 pacientes internados em países de média e alta renda sofre algum evento adverso evitável, sendo que metade poderia ser prevenida com protocolos adequados. Esse alerta me lembra todos os dias que não basta fazer o certo. É preciso medir, amparar e ajustar o que for necessário e a transparência é parte essencial da construção da confiança.

Esse movimento é reforçado por uma tendência global. O relatório Deloitte Global Health Care Outlook 2025 mostra que mais de 70% dos executivos de saúde ao redor do mundo têm como prioridade aumentar eficiência e produtividade, ao mesmo tempo em que buscam melhorar a experiência do paciente. Para mim, isso significa que cuidar bem exige inovação, mas também organização e muita disciplina.

Na América Latina, a IntelLat se tornou uma das metodologias mais respeitadas para avaliar hospitais. São analisados mais de mil indicadores, que incluem desfechos clínicos, governança, uso de tecnologia, experiência do paciente e sustentabilidade.

O ranking de 2025 trouxe exemplos de hospitais — públicos, privados e filantrópicos — que se destacaram em especialidades como cardiologia, oncologia e pediatria. Entre as instituições está a Rede Américas, que aparece com 16 de seus hospitais listados – um exemplo concreto de que aplicar esses critérios não é opcional, mas estratégico e assertivo. Esse reconhecimento representa a comprovação de que processos mais seguros, equipes preparadas e caminhos de melhoria contínua fazem diferença na jornada de cuidado.

As certificações nacionais e internacionais também cumprem esse papel de orientar e validar o cuidado. Selos como a Joint Commission International (JCI), a QMentum, a Quality Global Alliance e a Organização Nacional de Acreditação (ONA) são chancelas que traduzem rigor técnico em impacto humano. Da mesma forma, reconhecimentos específicos para unidades de terapia intensiva — como o UTI Top Performer e o UTI Eficiente — mostram que é possível unir alta complexidade com eficiência e acolhimento.

Na pandemia, por exemplo, vimos de perto como a padronização do atendimento fez a diferença. Protocolos já estabelecidos por certificações ajudaram a dar respostas rápidas em um cenário de enorme pressão. Foi graças a esses padrões que conseguimos organizar fluxos de triagem, isolar casos suspeitos, treinar equipes de forma ágil e manter a segurança tanto dos profissionais quanto dos pacientes.

No fundo, rankings e certificações são como espelhos: refletem o que já se faz bem, mas também mostram onde precisamos melhorar. Para quem está do lado de fora, eles dão segurança. Para quem está dentro das unidades de saúde, oferecem motivação e responsabilidade. E para quem mais importa — o paciente —, significam mais do que números: representam histórias de vida preservadas, amores de famílias que voltam para se reunir em casa e a certeza de que a saúde pode, sim, ser vivida com confiança.





Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP