Um exame essencial para mulheres com risco de câncer de mama, que antes levava cerca de 40 minutos, agora pode ser concluído em poucos minutos sem comprometer a qualidade diagnóstica. É o que propõe o protocolo rápido de ressonância magnética (RM) das mamas, técnica que vem transformando o diagnóstico e o acompanhamento do câncer de mama no Brasil e no mundo.
A RM das mamas é considerada um dos métodos mais sensíveis para a detecção precoce da doença, capaz de identificar alterações funcionais que muitas vezes passam despercebidas em mamografias ou ultrassonografias. Isso porque o exame utiliza contraste, que aumenta a acurácia do diagnóstico, além de oferecer imagens anatômicas de alta resolução.
Com o novo protocolo, o tempo médio do exame caiu para 5 a 10 minutos, graças a tecnologias avançadas de captação e processamento de imagens. A segurança do diagnóstico supera 98%.
“Entre as principais vantagens do protocolo rápido estão o maior conforto para as pacientes, que permanecem menos tempo no equipamento, e o aumento da capacidade de atendimento dos serviços de diagnóstico por imagem”, explica José Luiz Bevilacqua, coordenador do Núcleo de Mastologia do Hospital Sírio-Libanês.
O executivo acrescenta que o exame tem custo reduzido, tornando-se uma alternativa mais acessível para programas de rastreamento em grupos de maior risco.
A ressonância magnética é um exame não invasivo que produz imagens internas de alta nitidez. Por meio de campo magnético e ondas de radiofrequência, gera imagens detalhadas, favorecendo diagnósticos precisos, especialmente de estruturas pequenas, como microcalcificações, que podem indicar o início de um câncer de mama.
A RM não é indicada para rastreio de rotina na população geral. Entre suas principais indicações estão: rastrear mulheres com alto risco de câncer de mama — incluindo aquelas com mutações genéticas como BRCA1 e BRCA2 —, avaliar mamas densas, investigar achados inconclusivos em outros exames, planejar cirurgias, acompanhar a resposta à quimioterapia e monitorar pacientes no pós-tratamento.
A precisão do exame permite determinar com mais exatidão o tamanho do tumor, identificar tumores adicionais e realizar o estadiamento da doença.
“No protocolo rápido de ressonância magnética, foca-se na captação das chamadas imagens de subtração, que são as informações mais importantes que precisamos para o rastreio das pacientes com alto risco. Por isso, conseguimos o que mais precisamos para o diagnóstico da paciente com a agilidade de menos de 10 minutos na sala de exames”, esclarece Bevilacqua.
Embora o protocolo rápido não substitua totalmente o exame completo — indicado quando há necessidade de avaliação mais detalhada —, ele representa um avanço relevante no cuidado oncológico, ampliando o acesso, otimizando o tempo dos profissionais e proporcionando às pacientes uma experiência mais ágil e confortável.