A Oncoclínicas&Co vem intensificando investimentos em pesquisa clínica e inovação com o objetivo de ampliar o acesso a novas terapias no país. Em parceria com o Instituto Oncoclínicas, a companhia estruturou uma rede própria de centros de estudos clínicos, que conduz 381 pesquisas em oito unidades distribuídas por sete estados brasileiros, atualmente. Até 2026, a expectativa é dar início a outros 50 projetos.
Os centros estão localizados em polos como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Recife, João Pessoa e Ijuí. O câncer de pulmão concentra o maior número de estudos, que refletem o avanço das investigações sobre mutações genéticas e o desenvolvimento de terapias mais direcionadas.
Desde 2019, centenas de pacientes já tiveram acesso a tratamentos inovadores, muitas vezes ainda indisponíveis no mercado ou fora das coberturas atuais. Os estudos incluem acompanhamento integral durante toda a jornada do paciente e contemplam também pessoas atendidas pelo SUS, em uma tentativa de ampliar a democratização do cuidado oncológico no país.
“A pesquisa clínica é fundamental para aproximar o Brasil das terapias mais inovadoras no cuidado do câncer. Mais do que números, nosso compromisso é garantir que avanços científicos se traduzam em acesso real para os pacientes e em soluções sustentáveis para o sistema de saúde”, destaca Carlos Gil Ferreira, diretor médico da Oncoclínicas&Co e presidente do Instituto Oncoclínicas.
A fala de Ferreira reflete um movimento mais amplo dentro da companhia, que busca aproximar a pesquisa científica da prática assistencial — uma perspectiva reforçada por Fábio Franke, líder nacional de pesquisa clínica da Oncoclínicas&Co.
“Quando um paciente participa de um estudo clínico, não recebe apenas um tratamento inovador, ele ajuda a abrir caminhos para que outros tenham acesso a novas possibilidades de cuidado. Nosso compromisso é transformar esses avanços em benefícios reais, olhando para a sobrevida, mas também para a qualidade de vida e dignidade a cada paciente”, explica Fábio Franke.
A Oncoclínicas&Co mantém parcerias com instituições de referência mundial. Uma das principais é com o Dana-Farber Cancer Institute (EUA), colaboração exclusiva que envolve protocolos avançados de cuidado, capacitação de equipes e tumor boards para discussão de casos clínicos complexos. Em 2023, a cooperação resultou na inauguração do primeiro Cancer Center com chancela do Dana-Farber fora dos Estados Unidos, em Belo Horizonte (MG).
O projeto mais recente entre as instituições busca correlacionar alterações moleculares, genéticas e da microbiota intestinal com dados clínicos e hábitos de vida de pacientes jovens com câncer de intestino grosso. A iniciativa parte da observação de um aumento na incidência desse tipo de câncer em pessoas com menos de 50 anos, enquanto a ocorrência em faixas etárias mais altas vem diminuindo, possivelmente em função da ampliação do rastreamento por colonoscopia.
Outras colaborações incluem o Boston Lighthouse Innovation (BLI) e o Massachusetts General Hospital (EUA), com foco em genômica e bioinformática; a Medsir (Espanha), empresa especializada em pesquisas clínicas independentes, na qual o grupo detém participação desde 2022; e o Instituto Weizmann (Israel), voltado para intercâmbio científico e desenvolvimento tecnológico.
No Brasil, a parceria com a Fiocruz deu origem ao Centro Integrado de Pesquisa em Oncologia Translacional (CIPOT), voltado para avanços em diagnóstico precoce e terapias inovadoras. O grupo também conduz projetos de Real World Evidence (RWE) em colaboração com a indústria farmacêutica.
O Brasil reúne condições favoráveis para o avanço da pesquisa clínica — entre elas, a diversidade da população e a qualificação médica. Contudo, a morosidade nos trâmites regulatórios e éticos ainda figura entre os principais entraves. A Lei da Pesquisa Clínica (14.784/2024), aprovada recentemente, deve reduzir prazos, aumentar a segurança jurídica e fortalecer a competitividade do país no cenário global.
Nesse novo contexto, a Oncoclínicas&Co está reformulando seu programa de pesquisa para ampliar o recrutamento de pacientes, acelerar projetos e expandir o volume de estudos. A partir de 2026, estão previstos novos centros em regiões estratégicas como Goiânia, Curitiba, Vitória, Fortaleza, Aracaju e Manaus, ampliando o alcance da rede e o protagonismo brasileiro na ciência oncológica.