O Grupo Fleury anunciou a aquisição do Femme Laboratório da Mulher, referência em saúde feminina em São Paulo. O movimento dá continuidade à estratégia de expansão do grupo, iniciada em 2017, e reforça a aposta em oferecer soluções cada vez mais integradas na jornada de cuidado.
Fundado há 52 anos, o Femme atua com serviços de análises clínicas e diagnóstico por imagem em 12 unidades — 11 na capital e uma em Osasco.
Nos últimos 12 meses encerrados em 2024, o laboratório registrou receita de R$ 287 milhões. O valor da aquisição (Enterprise Value) foi de R$ 207,5 milhões, com múltiplos implícitos de 5,5x EV/EBITDA e 3,3x EV/EBITDA pós-sinergias. Com a incorporação, o Fleury passa a contar com 582 unidades de atendimento no Brasil, sendo 142 no estado de São Paulo.
Reconhecido por seu corpo clínico especializado e pela forte relação com ginecologistas, o Femme consolidou-se como prestador preferencial no cuidado à saúde da mulher. A marca conta com 1.400 colaboradores e 400 médicos atuando diariamente na atenção às pacientes.
“Femme é uma marca consolidada na saúde da mulher em São Paulo e complementa fortemente nossa oferta de serviços no segmento intermediário, em linha com nosso objetivo de oferecer soluções integradas na jornada de cuidado”, afirma Jeane Tsutsui, presidente do Grupo Fleury.
Esta é a 22ª aquisição do Fleury desde 2017, somando R$ 2,2 bilhões em investimentos. Segundo a presidente, o negócio segue a lógica de crescimento com sinergias e complementaridade.
“Além da aderência ao nosso crescimento de forma estratégica e da fundamental convergência cultural, encontramos no Femme elevado potencial de sinergias em receitas, custos e despesas operacionais que dão sustentação para nossas exigências econômico-financeiras”, destaca.
O movimento consolida o Fleury como um dos principais players em diagnósticos e saúde integrada no país, com forte presença em São Paulo e foco no segmento intermediário.
A aquisição também reflete uma resposta ao aumento da demanda por rastreamento e diagnóstico precoce de doenças oncológicas femininas, como câncer de mama e de colo do útero. Em 2025, o Ministério da Saúde passou a recomendar mamografia para mulheres de 40 a 49 anos, em decisão compartilhada entre paciente e médico.
“Diante do envelhecimento acelerado da população brasileira – com maior expectativa de vida entre mulheres –, o sistema de saúde suplementar precisa se preparar para o aumento das doenças crônicas em uma população idosa majoritariamente feminina”, observa a presidente.
Em São Paulo, 39,8% da população tem acesso à saúde suplementar — índice bem acima da média nacional, de 24,6%.
“Atuar em mercados com ampla cobertura de planos de saúde é essencial para expandirmos nossa presença, ganharmos escala e elevarmos o padrão dos serviços diagnósticos”, conclui a executiva.
Para Jeane, o movimento reforça a trajetória centenária do grupo e sua ambição de moldar o futuro da saúde no país.
“Seguimos firmes na missão de construir a saúde que desejamos para o futuro, guiados pela ética, pelo cuidado e pela dedicação das pessoas que nos permitem evoluir como referência e como um dos líderes do setor de saúde no Brasil”, ressalta.
A efetivação da transação ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).