Primeira telecirurgia robótica da América Latina une hospitais a mais de mil quilômetros de distância
10/11/2025

Em um marco para a medicina latino-americana, os hospitais Nove de Julho (SP), da Rede Américas, e Mãe de Deus (RS) realizaram a primeira telecirurgia robótica não experimental da região, com a plataforma Toumai. O feito inaugura uma nova etapa na integração entre tecnologia e cuidado cirúrgico de alta complexidade. 

O procedimento foi conduzido pelo urologista Rafael Coelho, referência internacional em cirurgia robótica, a partir do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. A execução, a mais de mil quilômetros de distância, ocorreu no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, sob responsabilidade do também urologista Marcos Tefilli, profissional com ampla experiência na área. 

O procedimento representa um avanço relevante nos métodos robóticos e reforça o potencial de conectividade entre centros médicos de excelência, aproximando diferentes regiões do país da medicina de ponta. 

“O Hospital Nove de Julho, mais uma vez, entrou para a história da medicina. Neste ano, comemoramos o fato de sermos o primeiro hospital não filantrópico da América Latina a ter realizado 10 mil cirurgias robóticas e, agora, conduzimos a primeira telecirurgia robótica não experimental em território 100% nacional. Esse feito demonstra a capacidade ímpar do nosso corpo clínico, a robustez da nossa infraestrutura e o compromisso constante com a inovação em benefício do paciente”, afirma Raphael Oliveira, diretor-geral do Hospital Nove de Julho. 

A iniciativa evidencia como a telecirurgia pode transcender a fronteira tecnológica e se tornar um modelo de integração entre hospitais de ponta, fortalecendo a capacidade do sistema de saúde de atuar de forma conectada e colaborativa. 

“Fazer parte de um marco que nos leva a uma medicina do futuro e que revoluciona o cuidado em saúde em todo o continente mostra o quanto o Hospital Mãe de Deus sempre esteve comprometido com a inovação, a excelência assistencial e com o cuidado centrado no paciente, mas, sobretudo, sua capacidade para também liderar movimentos desse tipo. É uma conquista que abre caminhos para conectar centros de excelência e oferecer ainda mais agilidade. Tudo isso a serviço de expandir a oferta de procedimentos robóticos a mais pessoas”, destaca Sandro Junqueira, diretor-executivo do Hospital Mãe de Deus. 

O avanço na conectividade cirúrgica 

O robô Toumai, aprovado pela Anvisa, já é utilizado em mais de 300 telecirurgias internacionais — algumas a distâncias superiores a 12,5 mil quilômetros. Desenvolvido pela MicroPort MedBot, o sistema apresenta avanços em precisão, qualidade de imagem, feedback tátil, durabilidade dos instrumentais e segurança operacional. 

Esses diferenciais permitem que cirurgias complexas sejam realizadas com eficiência mesmo em longas distâncias, abrindo caminho para a democratização do acesso à cirurgia robótica no Brasil. 

“Realizar a primeira telecirurgia robótica da América Latina é um marco importante para a medicina. Essa conquista rompe barreiras geográficas e demonstra como conhecimento, expertise e tecnologia podem ultrapassar fronteiras físicas. Além de representar um avanço científico, o feito amplia o acesso à medicina de alta complexidade e fortalece a colaboração entre grandes centros e regiões com menor disponibilidade de especialistas”, afirma Rafael Coelho, responsável pela telecirurgia no Nove de Julho. 

Formação médica e expansão do acesso à cirurgia robótica 

programa de treinamento em cirurgia robótica do hospital paulista, considerado referência nacional e internacional, recebe médicos de todo o país e de outros centros latino-americanos. Com fila de espera e mais de 40 profissionais formados por ano, a instituição agora amplia o alcance do programa com a possibilidade de formação remota

“Por meio da teleproctoring, conseguimos democratizar ainda mais o acesso, compartilhando nosso conhecimento e experiência adquirida ao longo de mais de 10 anos”, complementa Raphael Oliveira. 

O avanço na capacitação médica já se reflete em benefícios diretos ao paciente — como destaca o cirurgião responsável pela execução do procedimento. 

“A prática médica vive agora um novo momento após a telecirurgia que realizamos. É a tecnologia dando novos saltos para que tratamentos de alta complexidade cheguem a mais pacientes. É um orgulho fazer parte desse momento e ver o que antes parecia distante se tornar realidade diante dos nossos olhos. O paciente teve alta um dia após a cirurgia, encontra-se em plena recuperação, o que reforça ainda mais o grande potencial da telecirurgia robótica”, relata Marcos Tefilli, cirurgião responsável pela execução no Mãe de Deus.





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