Einstein anuncia na COP30 plataforma de unificação de dados
13/11/2025

O Einstein Hospital Israelita apresenta, nesta quarta-feira, durante a COP30, em Belém, uma plataforma inédita que cruza dados climáticos, ambientais, de saúde e socioeconômicos de mais de 5.500 municípios.  

Denominada MAIS (Meio Ambiente e Impacto na Saúde), a iniciativa em desenvolvimento busca proporcionar uma visão integrada e interativa dos efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde da população. O projeto também pretende identificar riscos, comparar regiões e apoiar a tomada de decisão em políticas públicas. 

A inciativa impacta diretamente nas discussões das mudanças climáticas na saúde e tem potencial para evoluir para uma ferramenta de apoio à gestão em saúde e meio ambiente.  

Integração nacional 

A unificação das informações conecta dados que hoje estão dispersos em planilhas que não se comunicam,  além de criar uma perspectiva de integração dos impactos climáticos na saúde entre estados e municípios por meio de mais de 40 fontes oficiais como SUS, INMET, ANA e redes estaduais. E reúne também, nesta fase inicial, mais de 100 milhões de registros referentes a indicadores ambientais e de saúde dos últimos três anos (2022-2024). 

As informações poderão ser filtradas por estado, município, bioma, faixa etária ou causa de internação, permitindo que gestores e profissionais de saúde visualizem correlações de forma granular, como o aumento de doenças respiratórias em períodos de poluição intensa ou a relação entre ondas de calor e mortalidade cardiovascular. 

 “Hoje, os dados sobre clima e saúde existem, mas estão dispersos em dezenas de fontes. O que a organização se dispôs a fazer foi conectar essas informações para gerar uma visão integrada, que ajude gestores e profissionais de saúde a antecipar riscos e planejar respostas. É um exemplo de como a inovação pode apoiar políticas públicas e fortalecer o sistema de saúde diante dos impactos das mudanças climáticas”, afirma o porta-voz do Impacto da ODS 3 (Saúde e Bem-Estar) da ONU no Brasil, Sidney Klajner. 

Eficiência de custos 

O projeto é visto também como uma estratégia viável de redução de custos devido seu potencial na prevenção de problemas de saúde relacionados ao clima, otimização de recursos, como a melhora no direcionamento de recursos públicos em saúde e redução de internações. 

De acordo com os criadores da plataforma, a proposta nasceu do entendimento de que a crise climática é também uma crise de saúde, como reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e pela própria agenda das Conferências do Clima. Dessa forma, o projeto é fundamentado em estudos publicados em revistas científicas indexadas e com revisão por pares, sempre quando há dados pertinentes ao contexto e tem como objetivo principal facilitar a compreensão dos impactos do clima sobre a saúde da população brasileira.  

Baseado em evidências 

Uma pesquisa publicada na revista Sustentabilidade em Debate, em 2020, projetou cenários futuros sob diferentes níveis de aquecimento global e concluiu que, em Belém, sob o cenário RCP8.5 (de altas emissões e sem ação humana para contê-las), o estresse térmico seria responsável por 40% das mortes por doenças respiratórias.  

Em São Paulo, por sua vez, o aumento da concentração de monóxido de carbono está associado a 4% mais mortes respiratórias e 2% mais mortes cardiovasculares, com impacto acentuado nas populações mais vulneráveis, conforme estudo do Journal of Exposure Science and Environmental Epidemiology (2016).  

“O Einstein sempre acreditou que inovar é, acima de tudo, cuidar melhor das pessoas. Quando unimos ciência, tecnologia e dados, conseguimos enxergar os desafios da saúde de uma forma mais ampla e isso inclui os efeitos do clima sobre a vida das populações. Essa plataforma é mais um passo para transformar informação em ação, e reforça o nosso compromisso de contribuir para um futuro mais sustentável e equitativo”, afirma Sidney Klajner, presidente do Einstein. 
 

Visão de futuro 

Diante da oportunidade de sediar a COP30, o Brasil ganha mais um desafio (e da oportunidade) de fortalecer a vigilância ambiental e incorporar a variável climática ao planejamento da saúde pública.  

De acordo com os responsáveis pelo MAIS, a expectativa é que, futuramente, na próxima etapa de desenvolvimento, a plataforma possa evoluir para uma ferramenta de apoio à gestão em saúde e meio ambiente, integrando dados em tempo real e novas capacidades analíticas. 





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