Aumento de capital da Oncoclínicas deve atingir R$ 1,3 bi
13/11/2025
A Oncoclínicas, rede de tratamento de câncer, deve captar cerca de R$ 1,3 bilhão em seu aumento de capital privado, podendo chegar a R$ 1,5 bilhão. O encerramento de subscrição das novas ações ocorre na próxima sexta-feira (14), apurou o Valor. 

Com a entrada de R$ 1,3 bilhão, a alavancagem da companhia, cuja dívida é de quase R$ 4 bilhões, cai dos atuais 4,3 vezes (apurada no segundo trimestre) para 2,9 vezes. Se a operação atingir R$ 1,5 bilhão, essa relação dívida/lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) fica em 2,6 vezes. O acordo com os credores estabelece um patamar máximo de 3,5 vezes, com vencimento em 31 de dezembro. 

A companhia de saúde anunciou, na terça-feira à noite, que já conseguiu levantar R$ 1 bilhão. Esse é o valor mínimo necessário para viabilizar o aumento de capital. A Onco havia informado uma meta de obter entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões. 

Ontem, as ações da rede de tratamento para câncer fecharam com valorização de 4,21%, cotadas a R$ 1,98. Durante o pregão, o papel chegou a subir 9%. 

Segundo fontes, a gestora americana Centaurus (que detém 31,37% da empresa), o banco Master (14,96%), a Goldman Sachs (4,9%) e a Latache (que detém 14,33%) não participaram do aumento de capital. A Centaurus e o Master não cederam seus direitos de preferência e a Goldman concedeu para alguns de seus investidores. 

Centauro, Master, Goldman Sachs e Latache não participaram da transação. Bruno Ferrari adquiriu novas ações da companhia 

Já Bruno Ferrari, um dos fundadores e presidente da companhia de saúde, que possui 8,58% do grupo, adquiriu novas ações. 
 

Considerando uma captação de R$ 1,3 bilhão, a Centaurus pode ter sua fatia reduzida para cerca de 25% caso realmente não participe da operação, mas continua sendo um acionista relevante. O Master, por sua vez, ficaria com uma fatia inferior a 10%. 

A nova estrutura societária da Oncoclínicas deve ser divulgada dentro de duas semanas. 

Nesta semana é o período para subscrição das sobras de ações. Havia um acionista que já havia sinalizado, na semana passada, que entraria nessa segunda fase. Por isso, a companhia já informou, na terça-feira à noite, ter alcançado o mínimo necessário para o aumento de capital. 

O aumento de capital da empresa possibilita aos debenturistas um bônus de subscrição para cada ação, que pode ser exercido no prazo de dois anos. O papel foi precificado a R$ 3 no aumento de capital. 

Além de levantar recursos juntos aos acionistas para reduzir seu passivo, a Oncoclínicas está se desfazendo de ativos que não fazem parte de sua operação principal e abrindo mão de sociedades em hospitais especializados em oncologia. 

A companhia já vendeu os hospitais gerais localizados no Rio de Janeiro e Uberlândia (MG) em transações que não envolveram entrada de recursos, mas assunção de dívidas e contratos de prestação de serviços médicos para esses hospitais. 

O grupo também vai se desfazer da unidade hospitalar de Belo Horizonte e a operação da Arábia Saudita, onde será gestora médica. 
A Oncoclínicas, Ferrari, Latache e Goldman Sachs informaram que não comentam. A reportagem não conseguiu contato com a Centaurus. 





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