Em uma ação inédita no setor de saúde suplementar, a Hapvida inaugura sala de acolhimento para mulheres vítimas de violência de gênero e promete atentimento humanizado, sigiloso e multidisciplinar. O espaço, aberto oficialmente neste segunda-feira, chamado de Sala Lilás, está localizado no Hospital Keila Ferreira, antigo Hospital e Maternidade Guarulhos, localizado na cidade de Guarulhos, na grande São Paulo.
De acordo com a diretoria da Hapvida, o projeto integra o Programa Nacional do Governo Federal e marca um passo importante na ampliação de políticas de acolhimento também na rede privada.
“A implantação da Sala Lilás reflete o compromisso da Hapvida com um cuidado que vai além da Medicina. A dignidade, a segurança e o acolhimento são partes essenciais da saúde. Ao trazer para a rede privada uma iniciativa alinhada às políticas públicas de proteção às mulheres, reafirmamos nosso papel como agentes de transformação social, promovendo um ambiente hospitalar mais humano, empático e preparado para atender quem mais precisa”, aponta Christine Marques, diretora nacional de Obstetrícia da Hapvida.
Mais de 21 milhões de brasileiras sofreram algum tipo de violência em 2024 — o que equivale a
2.400 mulheres violentadas por hora. É o que mostra a 5ª edição da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, lançada em março de 2025 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em conjunto com o Instituto DataFolha e apoio da Uber.
A pesquisa revela ainda os tipos de violência citados pelas vítimas. As ofensas verbais correspondem a 31% e está no topo do ranking, seguida pela agressão física (17%), stalking (16%), violência sexual (11%) e divulgação de fotos ou vídeos íntimos na internet (4%). Os principais agressores são indentificados como os próprios parceiros íntimos (40%) e em segundo lugar os ex-parceiros (27%). Ainda de acordo com as participantes da pesquisa, o local onde mais da metade disseram sofrer violência é em casa, para 57% das entrevistas, seguido de 12% na rua, 5% na internet, 3% na balada e 2% no trabalho.
O grupo informa que espaço está disponível 24 horas por dia e para todo o público, não somente os conveniados. Ao ser constatada situação de violência, a paciente é encaminhada diretamente à Sala Lilás, onde recebe acolhimento especializado e suporte psicológico e social. Pacientes sem convênio também seguem o mesmo protocolo, sendo acolhidas antes de eventual encaminhamento à rede pública.
O atendimento é de notificação compulsória, conforme determina a legislação federal, com o objetivo de garantir que os órgãos competentes sejam informados e possam oferecer todo o suporte necessário à vítima.
A iniciativa conta com a parceria do Instituto Nós por Elas, organização fundada por mulheres que atuam no combate à violência e à desigualdade de gênero. “A criação de espaços como este dentro da rede privada representa um avanço significativo no enfrentamento à violência contra a mulher. É fundamental que mais instituições de saúde se somem a essa causa, criando ambientes seguros e humanizados de acolhimento”, pontua Natalie de Castro, presidente do Instituto Nós por Elas.
Paralelamente ao lançamento da sala Lilás, em reconhecimento ao legado da Bispa Keila Ferreira, líder nacional de destaque pela fé, solidariedade e compromisso com o próximo, falecida em fevereiro deste ano, a unidade hospitalar de Guarulhos passou a se chamar oficialmente Hospital Keila Ferreira.
Mais do que uma homenagem, atribuir o nome de Keila Ferreira ao hospital é um gesto que reafirma aquilo em que acreditamos: o cuidado com a vida é também um ato de serviço. Sua trajetória inspira nosso propósito de transformar a saúde com empatia e compromisso social, aproximando cada vez mais a nossa atuação dos valores que ela tão bem representou”, finaliza Gustavo Ribeiro, vice-presidente de Relações Institucionais da Hapvida.