Sinistralidade define dia da Hapvida após forte queima de caixa
14/11/2025

As ações da Hapvida chegaram a cair mais de 40% e perder R$ 7 bilhões em valor de mercado nesta quinta-feira após uma queima de caixa de R$ 52 milhões no terceiro trimestre puxada por aumento na sinistralidade, para mais de 75%, baixo crescimento na base de clientes, maiores desembolsos médicos e pagamento a fornecedores, além de elevado ressarcimento ao SUS. 

Pelo menos dois grandes bancos cortaram suas recomendações para o papel. O BTG reduziu preço-alvo de R$ 67 para R$ 50, mantendo compra, e o J.P. Morgan foi de R$ 52 a R$ 39, indo de compra para neutra. “Decidimos cortar substancialmente nossas projeções oficiais já que não assumimos mais expansão de margem no próximo ano”, disse o BTG em relatório. 

Nas duas primeiras horas de pregão, já houve cerca de 10 leilões interrompendo as negociações. Ainda assim, o papel cede a cada reabertura. Com alta de 4% frente a um ano antes, o lucro líquido ajustado de R$ 338 milhões veio 34% abaixo do esperado. 

Segundo a companhia, a cobrança de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – que ocorre quando um cliente com plano de saúde usa a rede pública de saúde – deve acelerar por pelo menos um ano e somou R$ 74 milhões no trimestre. 

A adição líquida de beneficiários foi de apenas 13 mil ante uma expectativa de 30 mil, com perda líquida na região metropolitana de São Paulo indicando maior concorrência nessa região, com a Amil, Bradesco e Rede D'Or. 

O BTG destacou que o MLR (índice de sinistralidade médica) veio muito acima do esperado, com alta de 1,4 ponto percentual em relação ao trimestre anterior devido a efeitos sazonais de maior utilização de serviços e custos mais elevados com SG&A (despesas de vendas, gerais e administrativas) após a abertura de unidades hospitalares e ambulatoriais. 

Com isso, o Ebitda ajustado recorrente somou R$ 613 milhões, queda de 20% em relação ao trimestre anterior e 27% abaixo da estimativa geral, segundo o Goldman Sachs. 

Para o J.P. Morgan, as pressões sobre os resultados devem persistir pelo menos durante a maior parte de 2026, já que as adições líquidas permanecem limitadas, com alta taxa de cancelamento persistente e preços restritos. 

 

 

 





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