Sistema do Einstein usa dados do clima para prever demanda
17/11/2025

As mudanças climáticas já afetam diretamente a saúde das pessoas e pressionam os sistemas de atendimento em escala global. O aumento das temperaturas, a poluição e os eventos extremos, como enchentes e secas, elevam o número de casos de doenças respiratórias, cardiovasculares e infecciosas. 

“Não há como falar em saúde da população sem levar em consideração o impacto que as alterações climáticas trouxeram e o pouco holofote que isso tem nas discussões relacionadas ao clima”, disse, ao Valor, o presidente do Hospital Albert Einstein, Sidney Klajner, que está participando dos debates na COP30, a conferência da Organização das Nações Unidas sobre o clima, em Belém. 

O hospital está lançando a plataforma Mais (Meio Ambiente e Impacto na Saúde), que integra informações ambientais, de saúde e socioeconômicas. 

O novo sistema reúne dados de mais de 5,5 mil municípios brasileiros em um painel interativo conectando variáveis como temperatura, poluição e umidade, a indicadores de saúde (internações, óbitos, doenças) e dados socioeconômicos. Segundo Klajner, isso ajudará gestores a planejar ações e se preparar para situações de risco 

O projeto, ainda em fase de testes, usa “big data” e inteligência artificial para antecipar possíveis impactos no sistema de saúde. Ele foi criado pela equipe de inovação do Einstein, que usa dados coletados em estações meteorológicas. “Se sabemos de antemão o que acontece em uma queimada, por exemplo, é possível prever a demanda e preparar melhor o hospital e a população”, diz Klajner. “O gestor precisa ter informação baseada em evidência científica. A plataforma é feita para quem precisa tomar decisões reais, com dados concretos”, acrescenta. 

De acordo com o Relatório Lancet Countdown América Latina 2025, os desastres climáticos extremos na América Latina custaram à região US$ 19,2 bilhões em 2024, o que representa 0,3% do PIB. O Brasil arcou com dois terços desse custo. 

Para o executivo, a COP30 vem sendo essencial para ampliar o diálogo com gestores públicos, cientistas e empresas. “Na conferência você encontra gente que pensa da mesma forma e que pode ser uma voz a mais para chamar atenção para a saúde dentro dessa discussão. As conexões que a gente faz aqui continuam quando voltamos para casa”, afirma o presidente do Einstein. 

Segundo o executivo, a preocupação com sustentabilidade não é um tema novo no Einstein. Desde 2011, o hospital segue parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Também tem parcerias com o Pacto Global e a Sabesp para reduzir o consumo de água e energia. 

 





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