Muito além da eficiência: o próximo passo da IA na saúde
18/11/2025

Diagnósticos em minutos, tratamentos personalizados e hospitais mais eficientes já são realidade em vários países. A inteligência artificial está redefinindo a forma como cuidamos da saúde e o desafio agora não é quando adotar, mas como gerar impacto real e sustentável para pacientes, médicos e todo o ecossistema de atendimento.

Relatórios recentes mostram a velocidade dessa mudança. O relatório The Future of AI-Enabled Health 2025, do Fórum Econômico Mundial, destaca que Reino Unido, Coreia do Sul e Estados Unidos já incorporam IA em suas redes públicas de saúde. No Brasil, por outro lado, apenas um terço das instituições utiliza a tecnologia de forma estruturada, segundo a pesquisa TIC Saúde 2024. O contraste evidencia tanto a oportunidade quanto o risco de ficarmos atrás nessa revolução.

Os benefícios já são tangíveis: soluções de análise preditiva e automação hospitalar estão elevando a precisão diagnóstica, otimizando processos e reduzindo custos operacionais. O relatório Moving the Future mostra que 76% dos CEOs de instituições de saúde brasileiras planejam investir em IA nos próximos 12 meses, um sinal claro de que o setor chegou ao seu ponto de virada e pretende reverter o cenário apresentado pelo TIC Saúde.

O que antes levava dias agora é feito em horas, com mais precisão e agilidade, permitindo decisões clínicas mais rápidas e tratamentos mais eficazes.

A combinação de computação em nuvem, algoritmos avançados e dados clínicos está moldando um novo paradigma. Agentes inteligentes já conectam hospitais, bancos e órgãos reguladores, automatizando processos como reembolsos e financiamentos. Mais do que produtividade, esse movimento libera tempo para médicos e pesquisadores focarem no essencial: o cuidado humano. É uma mudança estrutural, que impacta diretamente a qualidade do atendimento e a humanização da medicina.

Mas essa transformação exige responsabilidade. Privacidade de dados, governança e conformidade regulatória são pilares para o avanço seguro da IA. Modelos multimodais integrados a bases clínicas privadas abrirão caminho para diagnósticos precoces, cirurgias assistidas por robôs e dispositivos biomédicos conectados, desde que inovação e ética caminhem lado a lado. A automação deve ampliar, e não substituir o papel humano.

A decisão está diante de nós. O verdadeiro propósito da IA na saúde não é apenas criar sistemas mais eficientes, mas garantir um atendimento mais empático e centrado nas pessoas. O impacto da tecnologia será medido não pela velocidade dos algoritmos, e sim pela humanidade que conseguimos preservar.


*Guilherme Godoy é Vice-Presidente de Vendas de Cloud da Oracle.





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