A Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp) criou um sistema de inteligência para contribuir fortalecer o diálogo técnico na alta complexidade, promover estudos, formações e intervenções voltadas para o tratamento de câncer, o NIFIPO – Núcleo de Inteligência Filantrópica em Políticas Oncológicas.
De acordo com a Fehosp, o projeto nasce como um movimento estratégico para oferecer a expertise dos hospitais filantrópicos — parceiros essenciais do Sistema Único de Saúde (SUS) no atendimento oncológico — como subsídio para a qualificação das políticas públicas nacionais.
Segundo o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti, o núcleo preenche uma lacuna importante ao sistematizar o conhecimento de quem está na ponta para apoiar as decisões de Brasília. “As Santas Casas detêm uma inteligência operacional valiosa, fruto do atendimento diário aos pacientes do SUS. O NIFIPO nasce para organizar essa vivência e oferecê-la aos tomadores de decisão de forma estruturada. Queremos ser parceiros na construção de soluções, ajudando a identificar o que funciona na prática e onde precisamos de ajustes para que as políticas oncológicas sejam cada vez mais sustentáveis e efetivas para a população”, afirma.
O NIFIPO foi concebido para atuar como um polo de cooperação, operando em duas frentes complementares: Advocacy (contribuição técnica baseada em dados) e Colaboração (fortalecimento da rede hospitalar).
Para o ciclo 2025/2026, o núcleo estruturou cinco projetos que buscam somar esforços com os gestores públicos, desde a educação continuada até o fornecimento de dados da “vida real” para enriquecer as consultas públicas da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC).
Um dos propósitos do NIFIPO é garantir que os medicamentos necessários cheguem até os pacientes. Neste momento, o projeto já lidera discussões técnicas junto aos hospitais sobre a nova Portaria da Assistência Farmacêutica Oncológica. O grupo analisa os impactos do novo regramento para apresentar ao Ministério da Saúde um conjunto de propostas relacionadas tanto a aspectos estruturantes dos modelos de aquisição, visando sustentabilidade e eficiência da gestão, quanto a soluções emergenciais para resolver gargalos imediatos de abastecimento e acesso.