Amil aumenta investimentos na cidade do Rio de Janeiro
Valor Econômico
19/04/2013

Amil aumenta investimentos na cidade do Rio de Janeiro

Por Heloisa Magalhães | Do Rio
 
Leo Pinheiro/Valor / Leo Pinheiro/Valor
Zandoná, da Amil, que foi comprada pela UnitedHealth há cinco meses: "Saúde não é mais negócio para pessoa física"

 

Dos R$ 460 milhões que a Amil programou para investir este ano R$ 250 milhões vão ser destinados à reforma e construção dos hospitais do grupo no Rio de Janeiro. Em 2012 foram R$ 150 milhões para as operações cariocas dos R$ 342 investidos no país.

Comprada pela americana UnitedHealth há cinco meses, a Amil identificou que no Rio há um nicho a ser melhor explorado: hospitais de alto padrão no atendimento e na tecnologia dos equipamentos. A meta é evitar que o carioca opte por tratamentos no exterior ou mesmo em São Paulo.

O foco no mercado brasileiro é de criar diferencial no Rio, mas o grupo também tem estratégia desenhada para o exterior. A Amil venceu a concorrência para administrar cinco hospitais em Portugal e avalia oportunidades na América do Sul e na Europa, especialmente em países latinos, diz o diretor-superintendente, o médico Cassio Zandoná. "Há vários países mapeados", afirma.

"A associação com a United trouxe o plano de expansão internacional. Avaliamos, ao mesmo tempo, oportunidades [de compra de hospitais] no Brasil e no exterior. Com a crise de 2008 e 2009, o mercado europeu, por exemplo, que é principalmente estatal, passou a enfrentar dificuldades de prover saúde e previdência. Cabe aos governos, mas a tendência é de privatizar a assistência médica e nesse momento irão surgindo oportunidades para grupos como o nosso", diz Zandoná.

Ele frisa que a estratégia para o Brasil destinando maiores investimentos ao Rio foi aprovada pela United, mas é anterior ao controle do grupo americano. Antes do novo controlador chegar à operação, a meta já era aumentar a oferta de atendimento de excelência no Rio. Segundo Zandoná, médico que além de mestrado e doutorado em ginecologia e oncologia, também buscou especialização em administração de empresas, o carioca cada vez mais não vai querer sair de sua cidade.

Lembra, com bom humor, que a Amil persegue o coeficiente "mpi". Cunhado pelo empresário Eike Batista, significa oferecer serviços de alta qualidade para "matar paulista de inveja". Zandoná diz que, para isso, estão sendo importadas tecnologias que ainda não existem no país. A Amil tem 22 hospitais no Brasil. No Estado do Rio, oito. O grande investimento é no Hospital das Américas, que vai receber 70% dos R$ 250 milhões previstos para o ano. Aquisições mais recentes como Samaritano e Pró-Cardíaco também recebem especial atenção. Ambos foram criados por grupos de médicos e já estavam entre os melhores da cidade antes de comprados pela Amil em 2010 e 2011, respectivamente.

"Hoje o sistema de saúde não é mais negócio para pessoa física. A necessidade de escala limitou a expansão desses dois hospitais. Mas tudo que era de valor nós mantivemos, como o grande patrimônio que é a equipe médica. Nossa força é a capacidade financeira de fazer investimentos que os antigos donos perderam nos últimos anos", diz Zandoná.

Apesar de tanto o Samaritano como o Pró-Cardíaco enfrentarem limitações de espaço para crescer, o grupo Amil comprou prédios vizinhos e ambos estão sendo reformados e ampliados, inclusive recebendo áreas de hotelaria para atendimento VIP.

O Pró-Cardíaco, por exemplo, acaba de inaugurar uma sala cirúrgica híbrida, com 80 metros quadrados. Hospitais na Austrália usam equipamento semelhante. Nessa sala nova foi instalado um aparelho de hemodinâmica com braço robótico, associado a vários outros de alta tecnologia. "Podem ser realizados vários exames simultaneamente a uma cirurgia. Permite um médico operar sem estar na sala. Queremos tornar o Pro-Cardíaco referência no tratamento minimamente invasivo nas doenças coronarianas, como, por exemplo, troca de válvula cardíaca sem abrir o coração", diz.

O Samaritano, por sua vez, acabou de renovar a parte de diagnóstico cardíaco, informa Zandoná. Trouxe ao Rio o que existia em São Paulo: a cirurgia robótica. São quatro pinças e quatro braços mecânicos trabalhando em ambiente que amplifica 12 vezes a imagem em três dimensões. A tecnologia, também minimamente invasiva, segundo o executivo da Amil, é utilizada em cirurgias da próstata, evitando sequelas como impotência e incontinência urinária.

As equipes dos dois hospitais situados em Botafogo, zona sul da cidade, também irão atender em a nova unidade da Amil, o Hospital das Américas, na Barra da Tijuca. Previsto para ficar pronto em 2014, terá quatro prédios para atendimento de emergência, internação, centro de oncologia, de diagnóstico, consultórios, área de ensino, pesquisa e convenções.

O grupo Amil também está focado em ortopedia no Rio. Acaba de criar o Hospitalys, em área alugada da tradicional Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Jardim Botânico.

Em parceria com o hospital ortopédico americano Special Surgery, de Nova York, a proposta, além do atendimento, é desenvolver atividades acadêmicas e atuar de forma conjunta em pesquisas de células-tronco, na substituição o uso de próteses pela recuperação do próprio membro afetado.

Com 22 mil empregados, a Amil tem 6 milhões de clientes. No Rio estão 1,2 milhões associados em planos de saúde na área médica e 600 mil, em odontológicos.

 

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