OdontoPrev sobe preço e segura gasto
Valor Econômico
02/05/2013

OdontoPrev sobe preço e segura gasto

Por Beth Koike | De São Paulo

Após um fim de ano com resultados ruins, a OdontoPrev surpreendeu o mercado ao retomar no primeiro trimestre sua taxa de sinistralidade para 43,7% - patamar bem próximo ao registrado no mesmo período do ano passado. Essa taxa indica quanto o custo com atendimento de clientes representa da receita da operadora de planos dentais. Analistas que acompanham a empresa estimavam que esse percentual ficasse na casa dos 48% tendo em vista que no quarto trimestre a sinistralidade havia subido de forma atípica para 54,6%.

"Os analistas ficaram preocupados com o desempenho do quarto trimestre e foram conservadores. Se eu fosse analista também seria [conservador]", disse José Roberto Pacheco, diretor de relações com investidores da OdontoPrev.

A melhora na sinistralidade contribuiu para que a operadora de planos dentais tivesse bom desempenho em dois importantes indicadores. O lucro líquido aumentou 38,2% para R$ 58,5 milhões e o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve alta de 23,6% para R$ 79,7 milhões no primeiro trimestre.

Outros fatores que refletiram nas últimas linhas do balanço foram a manutenção das despesas administrativas, na casa dos R$ 35,6 milhões, e um acréscimo de R$ 8,3 milhões referentes a juros sobre capital próprio. "Estamos num grande esforço para ganho de eficiência. Não prevemos, por exemplo, expansão do quadro [de funcionários] em 2013", disse Pacheco.

A receita líquida da companhia cresceu 12% para R$ 255 milhões no primeiro trimestre. Esse aumento é proveniente do reajuste de preços dos planos dentais, que subiram 4,2%, e da ampliação da carteira de clientes.

O ponto negativo no balanço do primeiro trimestre da OdontoPrev foi a baixa captação de novos clientes. Entre janeiro e março, a operadora conquistou apenas 32 mil novos usuários. Essa é uma das menores captações desde a abertura do capital na bolsa, em 2007. "Essa baixa captação é consequência do resultado do cenário macroeconômico, com redução na taxa de crescimento do trabalho formal, e de uma maior concorrência no setor de planos dentais", disse o diretor.

Segundo Pacheco, muitas operadoras não estão promovendo reajustes para aumentar sua fatia de mercado. Já a OdontoPrev aumentou os seus. "No primeiro trimestre, por exemplo, o aumento foi de 4,2% em relação ao mesmo período de 2012. Ainda assim, é um aumento abaixo da inflação do setor dental, que foi de 7%", observou o executivo. O reajuste fez com que alguns clientes migrassem para concorrentes.

Segundo dados da Agência nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de clientes com planos dentais aumentou 9,9% no ano passado. Trata-se do menor índice de crescimento desde 2002.

 

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