?Planos de saúde fazem propostas para cortar preço
24/11/2016
A Fenasaúde, federação que representa as seguradoras e operadoras de planos de saúde, apresentou ao Ministério da Saúde propostas para reduzir entre 20% a 25% o custo atual do convênio médico. As propostas foram apresentadas dentro do grupo de trabalho que discute o plano de saúde popular, ideia lançada pelo ministro Ricardo Barros há quatro meses. Também foram convidados para compor esse grupo de trabalho representantes dos prestadores de serviço, médicos e de órgãos de defesa do consumidor.

Segundo Solange Beatriz Mendes, presidente da Fenasaúde, a queda no custo do convênio médico só é possível com a criação de um novo modelo de plano que combine várias mudanças. Entre elas estão a criação de produtos de abrangência regional, planos de saúde voltados apenas para internação ou só serviços ambulatoriais, com coparticipação (quando o usuário paga uma parcela do procedimento realizado) e franquia. Outra ideia é que nessa modalidade de convênio médico o primeiro atendimento seja feito por um médico generalista que indicará um especialista, em caso de necessidade, além da segunda opinião nos casos de alta complexidade. Esse modelo já é adotado por operadoras como a Hapvida.

No entanto, a proposta do médico generalista, também conhecido como médico de família, esbarra na formação desse profissional que precisa ser altamente qualificado. "Esse é um ponto realmente delicado e demanda capacitação desse médico. O importante é que haja esse tipo de discussão num setor que está se tornando insustentável", disse Solange.

O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Marcio Coriolano, pontua que apesar da relevância do assunto, tem havido pouca participação do setor de saúde, sociedade e comunidade médica. "O governo abriu o assunto para discussão, mas as pessoas não estão participando. Precisamos participar, minha gente", disse Coriolano para uma plateia formada por representantes do setor de saúde que participavam de um evento da Fenasaúde ontem no Rio.

A expectativa da entidade é que o Ministério da Saúde apresente as ideias principais do plano de saúde popular para consulta pública no começo de 2017.

Coriolano, que presidiu a Bradesco Saúde até o começo do mês, também defende outras mudanças no setor, como regulação para os prestadores de serviço, como hospitais, alterações nas formas de remuneração e crescimento da coparticipação nos planos individuais.

"Defendo uma PEC 241 para a saúde suplementar privada. É preciso também limitar os gastos na saúde privada para que o setor não desapareça", disse Coriolano. A necessidade de mudar o atual modelo de negócio dos planos de saúde era unanimidade entre os representantes do setor que participavam, ontem, do evento da Fenasaúde, mas não havia um consenso sobre como fazer isso.

Nos últimos 12 meses, 1,5 milhão de pessoas perderam o convênio médico no país, principalmente como reflexo do desemprego. Deste total, 549 mil são de São Paulo e outros 319 mil são do Rio. A região Sudeste representou 75% do total de cancelamentos, mas vale lembrar que São Paulo é a praça com o maior número de usuários, representando 37% da base total.
Fonte: Valor




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