Três grandes hospitais de São Paulo incluíram na rotina clínica hospitalar a realização da biópsia líquida como forma de monitoramento do câncer de pulmão. Trata-se de um exame minimamente invasivo, rápido e indolor, realizado por meio de uma simples coleta de sangue do paciente, que consegue detectar fragmentos de DNA do tumor na corrente sanguínea (ct DNA) e prever o risco de resistência à droga que está sendo utilizada. Até então, apenas pacientes que participavam de pesquisas nesses centros eram beneficiados.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o mais comum dos tumores malignos e um dos mais letais, com sobrevida média entre 7% a 10% em cinco anos. A grande vantagem da técnica é que ela permite monitorar o comportamento do tumor no organismo do paciente sem uma biópsia convencional – em que se retira um fragmento do tumor para análise em laboratório, com internação e anestesia – e sem a necessidade de exames complexos de imagem. Vale ressaltar que a biópsia convencional ainda é necessária e fundamental para o diagnóstico correto do tipo de câncer.
O uso da biópsia líquida é bem estabelecido mundialmente para o câncer de pulmão, e há estudos para tumores de mama e colorretal. No caso do câncer de pulmão de pequenas células, o exame busca mutações no gene EGFR, para o qual há indicação do uso de uma terapia alvo – droga que age diretamente no tumor, preservando as outras células. Essa mutação aparece em cerca de 20% dos pacientes.