Na hora de acelerar a startup, só o investidor não basta
23/10/2017 - por Gustavo Brigatto
Levantar capital com um grande fundo de investimento para acelerar o crescimento de sua startup é o sonho de dez entre dez empreendedores. Mas a relação pode, nem sempre, ser o que se imaginava. Os irmãos João Ricardo Mendes e José Eduardo Mendes, fundadores do site Hotel Urbano, sabem muito bem disso.

Em 2015, eles foram afastados do dia-a-dia da companhia pelo fundo Insight, que fez diversos aportes na companhia desde 2011. Eles só retomaram o comando do negócio em setembro do ano passado, ao recomprar a participação do Insight e de outros fundos.

O episódio trouxe uma importante lição. Olhar fundos de renome, que já investiram em empresas que hoje são grandes é tentador, mas é preciso prestar atenção não só na empresa, ou no CNPJ, mas também conhecer o CPF, ou seja, quem vai fazer a gestão do fundo. "O fundo tem uma cultura, mas do outro lado tem uma pessoa física. Por qualquer razão, o cara que vai fazer a gestão é imaturo, inexperiente, ou tem um ego muito grande, que não vai ajudar", disse José Eduardo, durante o Festival de Cultura Empreendedora, realizado em São Paulo, de quinta a sábado, pelas revistas "Época Negócios" e "Pequenas Empresas & Grandes Negócios" e pelo Valor.

Segundo João Ricardo, com o sócio que eles têm hoje, a relação é bem mais próxima, de amizade, o que deixa as coisas mais fáceis.

Gilberto Mautner, fundador da empresa de centro de dados Locaweb, reforçou a avaliação dos irmãos. "Quem está empreendendo, tem que ter em mente que pode chamar alguém para te ajudar, mas é preciso continuar no comando. A não ser que esteja vendendo a empresa. Mas se não for para ir embora e fazer outra coisa, tem que procurar alguém que compartilha da mesma visão", disse o executivo. Ele também destacou que é preciso contar com o apoio de bons advogados trabalhistas e tributários e contadores para deixar a casa em ordem e evitar problemas futuros.

A Locaweb caminhou com as próprias pernas por 12 anos e só recebeu o primeiro investimento externo em 2010, quando precisou de recursos para acelerar suas atividades. João Ricardo, da Hotel Urbano, disse que, se pudesse, hoje, usaria essa fórmula. "Certamente o valor da empresa, mais à frente, será maior se fizer isso. Mas é claro que isso depende muito da característica do negócio".
Fonte: Valor




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