Estudo feito pela americana Zebra Technologies sobre inovação no varejo até 2021 revela que 70% dos entrevistados investirão em tecnologias de IoT (internet das coisas); 65% pretendem explorar serviços inovadores de entrega; 80% serão capazes de personalizar a visita do cliente e 75% deverão investir em recursos preditivos e de análise. Para um bom entendedor, os resultados deixam claro o mundo de oportunidades que o varejo físico e virtual apresenta para empresas dispostas a oferecer soluções inovadoras. As startups saem em posição privilegiada pois conseguem testar e desenvolver produtos e sistemas com mais agilidade e flexibilidade.

"As oportunidades são gigantes, basta ter foco e trabalhar para resolver uma demanda do mercado com agilidade, baixo custo e capaz de se adaptar à realidade de cada perfil de cliente ou mercado", afirma Kai Schoppen, da Infracommerce. "Os drones e os carros sem motorista eram considerados ficção até há pouco tempo, hoje já resolvem problemas de logística de entrega nos Estados Unidos", afirma o executivo. "Em breve isso será realidade também no Brasil."

Reduzir risco de fraude nas vendas on-line é a proposta da Konduto, startup nacional que desenvolveu um sistema antifraude que observa o antes, o durante e o depois da pessoa do outro lado da tela. Tudo em tempo real com retorno em um segundo para responder se o pedido é aprovado, recusado ou vai para análise minuciosa. Criada em 2014, tem na carteira mais de 250 lojas on-line, desde e-commerce bem pequenos, com cem pedidos por mês, até os robustos, na casa dos 500 mil transações.

"Nosso principal diferencial é analisar toda a navegação do cliente no site e não apenas o momento da transação", afirma Tom Canabarro, sócio-fundador. "Olhamos o usuário desde que ele acessa o site, como pesquisa, se olha o produto, o que olhou um dia para comprar no outro". Outro ponto é combinar a análise do comportamento do cliente on-line ao machine learning. Todos os dados usados abrem precedentes para ajudar o algoritmo da Konduto a tomar decisão caso apareça algo parecido no futuro.

 Atendendo operações no México, Argentina e Brasil, a Konduto espera dobrar o volume de 22 milhões de transações por ano em 2018.

Quem também descobriu um nicho importante por trás das lojas virtuais foi a publicitária Tatiana Pezoa, sócia da Trustvox. A startup, com três anos de mercado, é a primeira e única certificadora de reviews do país, com mais de 1.200 e-commerces na carteira de clientes, do porte de O Boticário, Centauro e Polishop. A plataforma, batizada Widt, só permite o comentário de quem realmente comprou e teve uma experiência com o produto ou a operação. "Isso garante transparência e sinceridade às lojas virtuais", afirma Tatiana. "Os dados apontam que há um aumento de conversão de vendas de 10% pela loja on-line ser transparente e trazer a verdade".

Segundo ela, para os pequenos e-commerces o selo Site Sincero tem um peso muito grande porque garante maior credibilidade junto ao consumidor. Em 2018, a plataforma ganhará versões em espanhol e inglês, primeiro passo para a Trustvox ganhar a América Latina e saltar de R$ 1,2 milhão para R$ 2 milhões de faturamento ao ano.

Vencedor do prêmio E-commerce Brasil 2017 na categoria profissional do ano, Alfredo Soares, CEO e fundador da XTech, decidiu apostar na multicanalidade. Criou uma plataforma de e-commerce inteligente que permite ao lojista trabalhar de forma multicanal. A startup oferece operação e integração otimizada para anúncios de produtos aos principais marketplaces do mercado, além de ferramentas de marketing para automação de ações de pós-venda.

"Até há pouco tempo, as lojas on-line trabalhavam para atrair o cliente e fazê-lo comprar, hoje é preciso nutrir, converter e manter o cliente", afirma Soares. "As pessoas compram uma história por trás, a nossa solução ensina como fazer para isso acontecer." Presente em 800 cidades, mais de 35 mil lojas virtuais no portfólio, que respondem por um faturamento anual de R$ 180 milhões, a XTech iniciará sua operação internacional em cinco países em 2018.