O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), acaba de concluir a última etapa de uma expansão que demandou investimento total de R$ 300 milhões. Nesta última fase, concluída neste mês, foram alocados recursos de R$ 112 milhões para construção de 100 novos leitos. "Antes da inauguração do novo prédio, a nossa taxa média de ocupação era de 92%. Mesmo com a crise, continuamos com forte demanda, entre outros motivos, porque há déficit de leitos em Porto Alegre", disse Mohamed Parrini, superintendente-executivo do Hospital Moinhos de Vento. Com a expansão, o Moinhos passa a contar com cerca de 500 leitos.
O Rio Grande do Sul foi, entre os três Estados do sul do país, o que mais perdeu usuários de planos de saúde nos últimos dois anos. Atualmente, 24,2% da população gaúcha tem convênio médico, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Os recursos da última etapa da expansão vieram do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Neste ano, o faturamento do Moinhos de Vento deve ficar na casa dos R$ 800 milhões, o que representa um crescimento de 17,6% em relação a 2016. "Em 2018, estimamos que o nosso faturamento atinja cerca de R$ 900 milhões", disse Parrini.
O novo prédio do hospital tem áreas especiais para tratamento de onco-hematologia e também um andar com hotelaria premium. Segundo o superintendente-executivo do Moinhos de Vento, o hospital gaúcha vem observando uma demanda crescente por serviços hospitalares para o público de alta renda. Atualmente, esse tipo de serviço está mais concentrado em São Paulo, mas outros grupos vem apostando nesse nicho. Entre eles está a Rede D'Or que criou uma bandeira específica, a Star, para atender esse público.
Fundado há 90 anos pela colônia alemã, o Moinhos de Vento faz parte de um grupo de seis hospitais filantrópicos, conhecidos como hospitais de excelência, que destinam os recursos da isenção de impostos em projetos do Ministério da Saúde. Esse grupo é formado pelos hospitais Albert Einstein, BP (Beneficência Portuguesa), HCor, Santa Catarina e Sírio-Libanês, todos localizado em São Paulo. O Moinhos, que é o único fora da capital paulista a fazer parte desse grupo, investiu R$ 150 milhões no hospital público na Restinga, bairro pobre de Porto Alegre, como contrapartida das isenções fiscais.
Os demais hospitais filantrópicos do país precisam destinar 60% dos atendimentos para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) para obter a isonomia tributária.
Outra frente que o Moinhos de Vento vem se dedicando é a de ensino. Segundo Parrini, há projetos para criação de um curso de graduação de medicina nos próximos anos. Atualmente, já há cursos técnicos e de pós-graduação nas áreas de enfermagem, nutrição, fisioterapia e residência médica.