Inovação pede capacitação contínua
27/11/2017
Aquisição e instalação de um robô, empregado na área de cirurgia, chegam a custar R$ 9 milhões ou mais. O treinamento de uma equipe para operá-lo toma um ano e consome outros R$ 9 milhões. O custo do preparo da mão de obra é apenas um exemplo dos desafios da tecnologia de ponta em medicina e saúde no Brasil.

"O desenvolvimento tecnológico aporta cada vez mais capacidade de imagem e de diagnóstico e o usuário nem sempre sabe extrair da máquina todo potencial e benefícios que ela pode oferecer", diz Luiz Reis, presidente do Instituto Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês. "É nessa hora que entra a educação continuada, cursos que desenvolvemos no Instituto para aumentar o grau de especialização, de aprimoramento e de atualização dos profissionais".

Há uma preocupação global em treinar médicos, enfermeiros e operadores de equipamentos em busca de diagnósticos e tratamentos mais precisos. Em junho o UnitedHealth Group Brasil inaugurou, no Rio de Janeiro, o Centro de Treinamento Edson Bueno, que abriga o Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (Ircad), entidade francesa referência mundial no aprimoramento de médicos. O instituto terá capacidade para treinar entre 2,5 mil a 3 mil médicos por ano em cerca de 60 cursos.

"O empreendimento absorveu investimentos de R$ 32 milhões, dos quais R$ 12 milhões foram destinados à aquisição de equipamentos de audiovisual, que serão utilizados nas especializações", diz Charles Souleyman, diretor técnico do UnitedHealth. Outros R$ 40 milhões vieram de indústrias parceiras referentes a doação de equipamentos.

O Sírio-Libanês oferece cursos práticos em um centro de cirurgia experimental onde os profissionais da saúde se especializam. A intenção, segundo o presidente, é levar a tecnologia de ponta para um ambiente de aprendizagem, formando profissionais capazes de dar conta das inovações tecnológicas. Cerca de 20 mil profissionais são capacitados anualmente.

Para Giovanni Guido Cerri, responsável pelo Centro de Diagnóstico por Imagem do Sírio-Libanês, o desafio agora é melhorar a produtividade e a operação. "Faltam profissionais qualificados em áreas técnicas", afirma.

De acordo com a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (Abiis), existem mais de 500 mil tecnologias médicas diferentes em uso atualmente, de exames laboratoriais aos sofisticados tratamentos de vários tipos de câncer por meio da biologia molecular.

No Hospital Albert Einstein Felipe Spinelli, diretor-superintendente de ensino, diz que a necessidade de atualização dos profissionais levou o hospital a adotar um programa anual de treinamentos individualizados, com conteúdos específicos para cada profissional, fóruns científicos semanais.

Luiz Eduardo Bettarello, superintendente executivo médico e de desenvolvimento técnico da Beneficência Portuguesa de São Paulo, diz que a instituição tem "uma escola de enfermagem formando 100 profissionais por ano. Nos nossos cursos, são 400 médicos em aperfeiçoamento, além de cursos de especialização na área de imagem com duração de um ano". Até outubro de 2017, afirma, o hospital realizou 87 eventos científicos.
Fonte: Valor




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