Centros públicos oferecem tratamentos referenciais
27/11/2017
Com um modelo de gestão profissionalizado nos moldes da iniciativa privada, hospitais públicos têm conseguido superar preconceitos e oferecem tratamentos que sequer estão disponíveis nos mais renomados centros médicos do Brasil. É o caso do Centro de Referência de Saúde do Homem do Hospital Euryclides de Jesus Zerbini (ex-hospital Brigadeiro, conhecido como Hospital do Homem), em São Paulo, instituição que só atende pacientes do SUS.

Desde o primeiro semestre, a instituição conta com o mais sofisticado aparelho para cirurgias de próstata. Com tecnologia francesa, o HIFU (high frequency ultrassound) Local One custou R$ 3,1 milhões, pagos com recursos da Secretaria Estadual de Saúde.

O aparelho permite retirar um tumor de próstata em menos de uma hora e elimina as sequelas da prostatectomia convencional, como incontinência urinária e impotência. "Vamos popularizar a cirurgia em 2018. Se em 2017 vamos gastar R$ 15 milhões para proceder 500 prostatectomias, com o mesmo valor trataremos 1.500 pacientes", afirma Otavio Monteiro Becker Junior, diretor técnico do Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini.

Administrado pela entidade filantrópica Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), o Centro de Referência do Homem tornou-se uma referência nacional em urologia e atende três mil pacientes/mês, prioritariamente da Grande São Paulo. Por ser uma OSS (organização social de saúde), a SPDM recebe os recursos do SUS por meio do Fundo de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, além do orçamento do governo estadual. Em 2017, o complexo hospitalar deve receber R$ 144 milhões. "Os investimentos são feitos em escala com os demais hospitais da SPDM, o que permite negociações favoráveis", diz Junior. Segundo o diretor, a adoção de um modelo de governança clínica permite coordenar os serviços dos médicos em melhorias contínuas e obter resultados eficientes.

Referência nacional no tratamento da Aids, com atendimento exclusivo para o SUS, o Instituto de Infectologia Emilio Ribas, em São Paulo, vai inaugurar em dezembro a primeira etapa de seu projeto de expansão, previsto para ser finalizado em 2019, com um orçamento de R$ 100 milhões. "Comparado com a iniciativa privada, faltava somente um serviço equivalente de hotelaria", diz Luiz Carlos Pereira Junior, diretor técnico do hospital. Na primeira fase, serão entregues 12 leitos de UTI e 10 leitos em vários andares. Quando concluído novo prédio de oito andares, a reforma levará o setor de internação dos atuais 206 para 300 leitos e duplicará a área de UTI.

O hospital reforçou parcerias com universidades públicas e privadas e oferece 2,5 mil estágios/ano em medicina e enfermagem, além de contar com 60 médicos-residentes especializados.

Inaugurado na década de 80, no campus da Unicamp, em Campinas, o Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti sempre dependeu das verbas da universidade e dos repasses do SUS para as despesas de pessoal e custeio. Em 2017, o orçamento é de R$ 139 milhões. "Com o congelamento das verbas do SUS, aprimoramos nossa gestão na economia de gastos e buscamos recursos para investimentos em emendas parlamentares e convênios com a iniciativa privada", afirma Luís Otávio Zanatta Sarian, diretor executivo. Os primeiros resultados já surgiram, com 28 aparelhos adquiridos via recursos de R$ 9 milhões do Fundo Nacional de Saúde.
Fonte: Valor




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