Holding de franquia chega a R$ 1 bi e busca sócio para aquisições em saúde
29/01/2018
Depois de crescer 67% no ano passado e faturar R$ 1,013 bilhão, a holding de franquias SMZTO busca um fundo de private equity. O plano de seu controlador José Carlos Semenzato é vender participação de até 30% da operação de saúde, que engloba as clínicas médicas populares sPartMed e a OdontoCompany.

Semenzato estima que pode captar até R$ 100 milhões. Com os recursos, ele pretende fazer compras e iniciar um movimento de consolidação de clínicas populares e odontológicas. Redes como Dr. Aqui, Dr. Consulta, Docctor Med, Sorridents e Sorrisus são consideradas atrativas. Este segmento de franquias voltado para serviços de saúde movimenta cerca de R$ 5 bilhões ao ano, estima o empresário. "O departamento de fusões e aquisições já está fazendo diligências nessas áreas", diz ele.

Semenzato, fundador da rede de escolas de cursos profissionalizantes Microlins, também planeja, nos próximos dois anos, criar duas novas bandeiras em seu negócio de saúde: um laboratório de análises clínicas e outro de imagens. As duas marcas serão posicionadas para concorrer, por exemplo, com a rede de medicina diagnóstica Lavoisier, bandeira popular da Dasa.

O plano de aquisições também poderá abranger a divisão de estética. A meta, diz o empresário, é fazer "aquisições importantes" em saúde e estética para elevar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) das operações, preparando-as para uma oferta pública inicial de ações (IPO) em até três anos.

Na SMZTO, a marca OdontoCompany encerrou 2017 com faturamento de R$ 220,9 milhões, alta de 61,2%. Esta foi a terceira maior receita da holding. A previsão para 2018 é que ela cresça 64%, para R$ 361,98 milhões, assumindo o segundo lugar. Mais nova, a PartMed deve quintuplicar o faturamento neste ano, para R$ 10,71 milhões.

Para 2018, a expectativa é que a receita das franquias do grupo aumente 50% e atinja R$ 1,51 bilhão. O segmento de estética, com as marcas Espaçolaser e Totallaser, responde atualmente pelo maior valor no grupo, de R$ 460 milhões em 2017, o triplo do registrado no ano anterior, sendo que neste ano deverá crescer 72%.

O terceiro maior negócio é o Instituto Embelleze, criado em parceria com o empresário Itamar Serpa Fernandes. Trata-se de uma rede de escolas para formar mão de obra para salões de beleza. Essa marca passou por reestruturação no ano passado, quando a receita ficou em R$ 252,3 milhões, com retração de 1%. Neste ano, a projeção é de crescimento de 6%, para R$ 266,7 milhões.

Semenzato disse que a companhia tem vocação para ser uma aceleradora de franquias. "É muito caro criar uma marca e aguardar o tempo de amadurecimento. Por esse motivo decidimos nos associar às empresas que estão há três ou cinco anos no mercado e ajudá-las a se desenvolver". Estes foram os casos das empresas Gua.co, de comida mexicana, My Lash, de extensão de cílios, e Joy Juice, de alimentação saudável.

Um exemplo da expansão rápida aconteceu com a Espaçolaser, rede de depilação. Semenzato e a apresentadora de televisão Xuxa Meneghel juntaram-se aos fundadores da marca em 2015, quando existiam 25 unidades em operação. Um ano depois, o fundo americano L. Catterton entrou no negócio, constituindo uma holding, e ficando com 30% de participação, enquanto os sócios brasileiros mantiveram o controle com 70% da companhia. A meta para este ano é alcançar 479 clínicas ante as 305 de 2017.

Neste ano, para aumentar a musculatura da rede de idiomas LifeUSA, na qual Semenzato é sócio do ex-tenista Gustavo Kuerten, o plano é comprar concorrentes menores. Fundada em 2016, a marca abriu no ano passado as três primeiras unidades e projeta mais seis em 2018, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. A expectativa é vender entre 40 e 50 franquias durante este ano para serem inauguradas em 2019.

Diante do cenário político-econômico atual, Semenzato disse que o orçamento da companhia precisa ser "pé no chão" e "realizável". Ele participou de um encontro com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no ano passado, mas diz acreditar que o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) é mais maduro para assumir o Palácio do Planalto.
Fonte: Valor




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