Obesidade pesa sobre americanos e indústria farmacêutica
28/03/2018
Na semana passada, o “Journal of American Medical Association” publicou alguns dados preocupantes sobre a obesidade nos Estados Unidos. Com toda conversa sobre remédios, dietas e alimentos naturais, parece que não mudou muita coisa na última década. Segundo dados da Pesquisa Nacional do Exame de Saúde e Nutrição, a percentagem de adultos que se se encaixam nos critérios de “obeso” foi de 39,6% em 2016, acima dos 33,7% de 2008. Na faixa de “obesidade mórbida” estavam 7,7% da população adulta, acima dos 5,7% em 2008.

Quando se considera todo o progresso que foi feito no mundo da ciência, da medicina e do exercício (com ajuda da tecnologia), é surpreendente que a obesidade esteja realmente piorando. As empresas farmacêuticas tentaram mudar a tendência, mas a história de medicamentos para perda de peso que fracassaram é longa e dolorosa, com destaque para a retirada do mercado da combinação de drogas conhecida como “fen-phen” em 1997, depois que se descobriu que causava danos às válvulas cardíacas.

Embora os pacientes tenham ficado com maior parte do sofrimento, os investidores também se deram mal, mesmo depois que uma onda de medicamentos para perda de peso chegou ao mercado nos últimos anos.

Em 2012, uma empresa de biotecnologia da Califórnia chamada Vivus valia US$ 3 bilhões, com a ação voando acima de US$ 29, sustentada pelas grandes esperanças em torno do medicamento de perda de peso Qsymia. Hoje, as ações são negociadas por 40 centavos. Há também a Orexigen Therapeutics, que faz uma pílula de perda de peso chamada Contrave. A ação chegou a US$ 81 em abril de 2015. No início deste mês, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial.

O Medicare, a assistência médica americana para os maiores de 65 anos, se recusou a cobrir medicamentos para perda de peso, o que certamente não ajudou nas vendas.

Enquanto as grandes esperanças com as pílulas dietéticas desapareciam, surgiu um novo entusiasmo por outras ações relacionadas à dieta entre os investidores.

A Weight Watchers (Vigilantes do Peso), depois de ter rondado a insolvência, subiu cerca de 1500% desde 2015. Há cinquenta anos no negócio, a empresa dobrou suas apostas nas suas estratégias de modificação de comportamento, colocou foco nas reuniões e no monitoramento de alimentos. Mas os investidores também se saíram bem com as empresas de reposição de refeições. Nos últimos cinco anos, a NutriSystem subiu 235%, enquanto as ações da Medifast subiram 300%, atualmente no pico histórico.
Fonte: Valor




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