Medicina de precisão é parte fundamental da nossa estratégia
02/04/2018

Algumas características humanas são profundamente dependentes de fatores genéticos, como suscetibilidade a doenças ou problemas de saúde, como o câncer, por exemplo. Até agora nos contentávamos com o “one size fits all”, uma medicina generalizada que não leva em consideração o genoma do indivíduo.

Com a medicina de precisão, é possível realizar a análise da composição genética e direcionar o tratamento com base em suas necessidades específicas. A abordagem também leva em consideração fatores ambientais e de estilo de vida. Dito isso, fomos à SAP entender um pouco mais sobre como a indústria enxerga o movimento de medicina de precisão e qual é o seu papel nessa iniciativa.

Segundo Margareth Amorim, principal na SAP, a medicina de precisão é parte fundamental da estratégia da empresa. “Queremos prover aos profissionais de saúde uma visão holística do paciente, sejam seus hábitos alimentares, seus exercícios físicos, seu histórico de doenças e tratamentos, bem como as informações de seu código genético, tanto para a prevenção quanto para a definição do melhor diagnóstico e tratamento.”

Para isso, a empresa conta com uma solução, que integra dados de diversas bases de dados separadas fisicamente e, permite, através de uma única interface, analisar os dados do paciente ao longo do tempo. Através desta grande base de dados é possível identificar pacientes elegíveis a estudos clínicos, quais terapias se mostraram mais eficazes para determinado tipo de doença e pacientes similares ou habilitar novos protocolos de tratamento. Isso é fundamental para que haja uma medicina baseada em evidências, com volume suficiente de dados.

Na visão de Margareth, hoje uma primeira barreira é ter o dado de forma estruturada. “Capturar, interoperar e formar um repositório de dados de qualidade já é um primeiro grande desafio, onde cada instituição possa ter acesso à rastreabilidade dos mesmos. A partir daí, podem-se verificar tendências, padrões e definir o melhor tratamento com confiabilidade.”. O sistema tem base analítica, mas adicionalmente, pode-se agregar funcionalidades de machine learning e análise preditiva, por exemplo.

A executiva nos contou sobre parcerias, como com a ASCO (American Society of Clinical Oncology) para captação de dados e aprimoramento do algoritmo. Neste caso, a ASCO coleta dados oncológicos de mais de 100 consultórios dos EUA, ao todo são mais de 1 milhão pacientes na base. Esses dados são doados de forma anônima para a plataforma Cancer Link, na qual terceiros podem explorar esse material para pesquisa e desenvolvimento. Em contrapartida, a SAP organiza os dados e permite o seu processamento.

Para ela, a medicina de precisão está muito perto de seu propósito comercial. “Cada vez mais, a tomada de decisão médica para definição da conduta clínica será baseada em dados. Podemos considerar todo o universo dos -omics: genomics, metabolomics, proteomics, transcriptomics, etc. A plataforma já está preparada para o recebimento destas informações das máquinas de sequenciamento, capacidade para gerenciar este alto volume de dados e para integrar a sua análise aos demais dados do paciente para suportar a pesquisa médica.”, disse Margareth.

Apesar dos grandes benefícios, isso gera desconfiança quanto ao preço e acessibilidade do tratamento. “Desde quando foi feito o primeiro sequenciamento, até hoje, o valor tem decrescido. E, ao mesmo tempo, a tecnologia tem evoluído muito, na leitura e processamento desse grande volume de dados”, relembra a diretora, e completa: “Hoje, o dado é o grande ativo da saúde, é o maior valor estratégico. Porque a partir do momento que se analisa milhões de dados de diversos indivíduos, conseguem-se identificar padrões e oferecer atenção primária, serviços preventivos, programas de crônicos…”

O objetivo da SAP Health é promover um fluxo livre de informações entre as várias entidades que suportam a medicina. De forma geral, os dados de universidades, provedores, operadoras, farmacêuticas e prestadores estão isolados, dificultando a pesquisa médica. A ambição é criar uma rede de saúde digital com clientes e parceiros, na qual a SAP promove a plataforma onde a informação fluirá.

“Imagine se um médico pudesse pesquisar, instantaneamente, em um grande banco de dados, pacientes que apresentam sintomas semelhantes, conjuntos de diagnóstico, parâmetros vitais, etc., como os de seus pacientes para descobrir como eles reagiriam a múltiplas opções de tratamento. A partir de evidências do mundo real, seria possível ajudar ao médico selecionar o melhor tratamento possível.”, finaliza Margareth.





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