Febre amarela chega ao litoral norte de São Paulo
04/04/2018
Esperada há meses, a febre amarela chegou ao litoral norte de São Paulo com dois casos em macacos. Um foi registrado em uma área de mata de Ubatuba, e o outro em um condomínio de Juquehy, em São Sebastião. Ações de vacinação foram intensificadas nas duas cidades.

Em Ubatuba, há ainda um caso humano em investigação. Trata-se de um paciente que morreu na segunda-feira (2) com sintomas da doença, no sertão de Ubatumirim, ao norte do município, dentro do Núcleo Pincinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar.

É a mesma região em que um bugio foi encontrado morto no fim de março. O exame laboratorial confirmou na última quinta-feira (29) a febre amarela.
Após a divulgação do laudo, a Prefeitura alertou para a reduzida cobertura vacinal na cidade, de 47%.

"Apesar de todos os alertas feitos pelos órgãos de Vigilância em Saúde nos diferentes níveis - municipal, estadual e federal - e dos sinais evidentes de avanço da circulação do vírus nos municípios no entorno, a procura pela vacina em Ubatuba foi baixa", disse a gestão do prefeito Délcio Sato (PSD).

Para tentar reverter o quadro, a cidade instalou postos adicionais de imunização em um mercado e no calçadão do centro e estendeu o horário de algumas unidades.
Em São Sebastião, agentes de saúde vêm percorrendo as casas da praia de Juquehy após a área ser identificada como o local provável de infecção de um sagui morto por febre amarela no início deste ano.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o macaco era de estimação de uma família da capital paulista que foi passar um período na praia e levou o animal.

O macaco adoeceu e morreu quando já tinha voltado para São Paulo, diz a Pasta. Após diversas análises, Juquehy foi considerado o local provável de infecção do bicho.
Segundo a reportagem apurou, a família se hospedou com o macaco em um condomínio de luxo de Juquehy, a cerca de 300 metros da praia. Em um site de aluguel de temporada, a diária em uma das casas do conjunto, com quatro quartos, piscina e até lareira, sai por R$ 2.800.

Após o caso, agentes de saúde foram à região coletar insetos para verificar a circulação do vírus. Um veículo 4x4 foi disponibilizado pelo governo estadual para entrar nas áreas de difícil acesso.

Outros três macacos foram encontrados em São Sebastião, mas os exames deram negativo para febre amarela.

Desde julho do ano passado, o Brasil já registrou 1.131 casos da doença, segundo o Ministério da Saúde.

Todos são casos silvestres, ou seja, de mosquitos que circulam em áreas de mata - e eventualmente podem voar a localidades próximas.

A chegada do vírus ao litoral norte de São Paulo era tida como provável por autoridades e especialistas desde o início do ano, uma vez que já havia registros da doença na costa fluminense e na região de Taubaté, no interior paulista, separada de Ubatuba pela Serra do Mar.
Vacinação

Para Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, as mortes de macacos na região reforçam a necessidade de toda a população do Sudeste buscar a vacina. "Estamos ainda na metade da epidemia, o período de maior circulação dos casos vai até julho", afirma.

A imunização leva dez dias para fazer efeito. Por ora, para quem ainda não se protegeu, ela recomenda, se possível, evitar locais com casos registrados, como o litoral norte, ou usar repelente.

O ideal, porém, diz, é que todos se vacinem, com exceção da minoria com contraindicação - como mulheres que amamentam crianças de até seis meses e pessoas imunodeprimidas por tratamento de câncer, por exemplo. Na dúvida, a orientação é procurar um serviço de saúde.
Fonte: Valor




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