Pressão sobre sistema público deve prosseguir, mesmo com a retomada
16/04/2018
A retomada da economia não deve aliviar de imediato a demanda por serviços de saúde no setor público, nem reduzir rapidamente o nível de recursos aplicados na área, segundo representantes de governos regionais.

George Santoro, secretário de Fazenda de Alagoas, acredita que a expansão de gastos com saúde nos governos regionais tende a continuar, mesmo com a recuperação esperada para a economia a partir deste ano. "Vai demorar para que a população que abandonou ou perdeu o plano de saúde tenha condições de voltar a ele." Nas contas de Santoro, em Alagoas o gasto com saúde deve alcançar os 15% da receita própria em três anos. O mínimo estabelecido para os Estados é de 12% da receita própria. Em 2013, o Estado aplicou na área 12,11% da receita própria, fatia que aumentou para 12,34% no ano passado.

Segundo o secretário estão sendo construídos em Alagoas quatro hospitais regionais, um hospital na capital e duas maternidades. Neste ano, diz ele, somente uma maternidade iniciará funcionamento. "Temos uma população muito grande e uma demanda reprimida nessa área. Na hora em que começarmos o atendimento, haverá muita procura pelos serviços." Para Santoro, também contribui para a demanda maior por saúde a mudança demográfica, com o envelhecimento da população em todo o país.

Além da demora para que as pessoas consigam recuperar empregos ou renda suficiente para arcar com um plano de saúde, o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, o Guti, explica que a procura pelos serviços públicos deve continuar alta porque há demanda reprimida. Dados da prefeitura mostram que há em Guarulhos total de 1.800 leitos hospitalares, considerando não somente os da rede pública estadual e municipal, como também os particulares. O déficit, diz, é de 800 leitos para alcançar os quatro leitos por mil habitantes recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O prefeito calcula que em 2018 o gasto com saúde deve ficar próximo de 31% da receita própria, mesmo nível do ano passado. No ano que vem, avalia, é possível que a fatia caia para 29%. Ele explica, porém, que a previsão leva em consideração também um desempenho melhor das receitas com a recuperação da economia. Segundo Guti, a ideia é reforçar mais a atenção básica à população. Atualmente há 69 Unidades Básicas de Saúde (UBS) em Guarulhos, que devem passar a expandir atendimento com o aumento de equipes.
Fonte: Valor




Obrigado por comentar!
Erro!
Contato
+55 11 5561-6553
Av. Rouxinol, 84, cj. 92
Indianópolis - São Paulo/SP