“Não é um compartilhamento de risco, é um compartilhamento de eficiências”
17/04/2018

No final do mês passado, conforme noticiamos no portal, o grupo Hermes Pardini lançou o projeto Enterprise, a maior planta de automação laboratorial do mundo. Isso já seria assunto suficiente para uma entrevista, mas aproveitamos a agenda do Roberto Santoro para entender um pouco mais sobre a liderança no negócio de exames para laboratórios e as estratégias da empresa.

O executivo nos conta que, que o lab-to lab é o maior negócio da marca e estratégia principal do grupo, atendendo mais de 5mil laboratórios em todo o país. Isso é possível através de uma robusta operação de análises clínicas na região metropolitana de Belo Horizonte e de uma intensa capilaridade logística para atendimento em outras regiões, através de laboratórios parceiros. O grupo ainda atende, em menor parte, hospitais e operadoras que possuem serviços especializados de laboratório.

“Mais de 50% do nosso faturamento vem do lab-to-lab, mas nós temos também outra unidade de negócios. A unidade de atendimento PSC (patient service center) que corresponde aproximadamente a mais de 40% do nosso faturamento.” disse Roberto Santoro, presidente executivo do Hermes Pardini. Ele explica que o grupo possui marcas como a própria Hermes Pardini, em Minas Gerais e São Paulo, a Padrão em Goiás, e o Centro de Medicina Diagnóstica da Guanabara (CMNG) no Rio de Janeiro, além de diversas outras associadas ao lab-to-lab. Ressaltando a liderança nesse segmento em Belo Horizonte e Goiânia.

Com objetivos ousados e focados no alto volume de processamento de exames, o grupo se posicionou este ano como bechmarking para a remodelação do mercado em Medicina Diagnóstica no Brasil, apostando na automação e parcerias sólidas para aumentar seus resultados.

O projeto Enterprise tem a Siemens Healthineers como principal fornecedoras de soluções. E, segundo comunicado oficial, pretende aumentar de 46% para 82% a proporção de resultados processados em menos de seis horas. Roberto comenta que não há previsão de redução de mão de obra devido ao aumento de tecnologia e automação. “Inicialmente nós temos um trabalho grande. Primeiro para implantar o projeto, e em seguida na disassociação do que é o atual para a entrada do novo.”. Ele ainda conta que esse será um trabalho realizado com toda a mão de obra e que o grupo visa o aumento de produtividade com a iniciativa. Ou seja, produzir mais exames com a mesma força de trabalho. Segundo o mesmo comunicado, a pretensão é dobrar a capacidade atual de 83 milhões de exames ao ano.

Sobre o modelo comercial, Roberto explica o que acredita ser inédito no Brasil: “Não é um compartilhamento de risco, é um compartilhamento de melhores práticas e eficiências dentro do modelo que criamos junto com a Siemens. Na estrutura, a Hermes Pardini paga por teste reportado, há uma interdependência grande com o fornecedor na relação de abastecimento, suprimentos, algoritmos e controle para que haja melhor eficiência possível no consumo dos reagentes”. Para toda essa mudança, houve um processo estruturado de estratégia, que englobou desde gestão de risco a comunicações para seus diferentes públicos: interno, externo, investidores e empresas de tecnologia parceiras.

Ao final da entrevista, perguntamos sobre os marcos e as boas práticas adquiridas na trajetória da empresa. Roberto citou três principais fatos que fizeram o grupo chegar a este patamar. O primeiro, em 2007, foi a formatação de uma governança corporativa. O segundo, no mesmo ano, foi um planejamento estratégico pelos próximos 10 anos, que contemplava a entrada de um investidor financeiro, em 2011, e a abertura de capital, realizada somente em 2017. O último marco foi a inauguração, em 2010, do Núcleo Técnico Laboratorial (NTO), que foi o maior projeto de automação laboratorial total de um laboratório de referência especializado em grande volume. E agora, o projeto Enterprise entra para a conta dos grandes movimentos do grupo.

Quanto às melhores práticas, Roberto Santoro destaca a gestão administrativa de pessoas, recursos e processos da empresa, tanto em marcas orgânicas quanto em marcas adquiridas. “Esse modelo nós construímos como uma base forte sustentável dentro da nossa experiência em Belo Horizonte, e com o tempo nós vamos reproduzindo e replicando para as marcas. Mas conservando a individualidade e posicionamento de marketing de cada marca e as relações estabelecidas com os clientes.” disse ele finalizando a entrevista.





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