Planos, seguradoras e convênios retêm 20% do faturamento de empresas do setor de saúde
17/07/2018
Em 2017 foram retidos R$ 331 milhões por convênios, planos de saúde e seguradoras e outros R$ 100,8 milhões foram glosados, embora tivessem sido previamente autorizados. As distorções constatadas atingiram 87% dos integrantes da  Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (Abraidi) ouvidos na pesquisa "O ciclo de fornecimento de produtos para a saúde no Brasil”, com dados sobre a retenção de faturamento e glosas, ambas praticadas por planos de saúde.

Os números foram encaminhados nesta sexta-feira à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pelo presidente da Abraidi, Sérgio Rocha, e pelo diretor executivo da entidade, Bruno Bezerra. Eles tiveram um encontro com os diretores da ANS de Desenvolvimento Setorial, Rodrigo Rodrigues de Aguiar, e de Normas e Habilitação de Produtos, Simone Sanches Freire. Os dados da pesquisa também foram entregues, recentemente, à presidente da FenaSaúde, Solange Mendes, que se disse surpresa com os números. Tanto a FenaSaúde como a ANS não se manifestaram sobre o assunto, apesar da entrega da pesquisa ter sido agendada com antecedência pela própria Abraidi.  

Segundo Sergio Rocha, os dados mostram que “existe uma glosa linear de cerca de 20%, sem qualquer critério, apenas para postergar os pagamentos”. O resultado da pesquisa também foi entregue, recentemente, a presidente da FenaSaúde, Solange Mendes, que se disse surpresa com os números. 

A retenção de faturamento é quando uma fonte pagadora, após a realização de uma cirurgia também previamente autorizada, não permite o faturamento dos produtos consumidos, postergando assim o pagamento. Pela pesquisa, convênios, planos de saúde e seguradoras demoraram, em média, 68 dias para autorizar o faturamento.

"Somente depois do faturamento autorizado é que correm os 90 dias para pagamento. Em 29% dos casos, o distribuidor de produtos para a saúde demorou 180 dias para receber de convênios, planos de saúde e seguradoras", lembra Sérgio Rocha, citando a pesquisa realizada pela Associação, ao longo do ano passado e tabulada em 2018.

“Não queremos brigar com convênios, planos de saúde e seguradoras, mas precisamos de uma solução definitiva. Essas distorções provocam um verdadeiro 'cabo de guerra', entre os players do setor. Não dá mais para seguir assim. O objetivo do levantamento é traçar um raio-x do segmento, jogar luz no problema e, juntos, encontrarmos uma solução comum”, defendeu o presidente da Abraidi.

A Abraidi representa hoje cerca de 310 fabricantes, importadores e distribuidores de produtos para saúde e tem como pilares a ética e a transparência, promovendo ações que tornem o setor mais sustentável e, as associadas, referências no mercado de saúde.

Em 2006, foi uma das primeiras entidades do setor a lançar um Código de Ética e Conduta, agora em sua 3ª edição e, em 2015, em parceria com o Instituto Ethos, criou o Ética Saúde - Acordo Setorial dos Importadores, Distribuidores e Fabricantes de Dispositivos Médicos, mecanismo de autorregulação da conduta dos signatários, que se tornou instituto independente, a partir de 2016, e conta com a participação e colaboração da Abraidi no seu Conselho Consultivo.




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