Mais de 40 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de cabeça e pescoço todos os anos no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em referência ao Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado no dia 27 deste mês, foi criado o Julho Verde, cujo principal objetivo é estimular a conscientização da população em relação à doença. A Santa Casa da Bahia integra a campanha nacional com o Hospital Santa Izabel, empenhada na disseminação das informações sobre a importância do diagnóstico precoce. A cura desse tipo de câncer pode chegar a 100% quando ele é identificado em estágio inicial.
O cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Santa Izabel, Ivan Agra, explica que os cânceres de cabeça e pescoço são aqueles que atingem áreas como boca, língua, gengivas, bochechas, faringe, laringe e tireoide. “Os principais fatores associados são o fumo e o alcoolismo, que podem aumentar o risco de desenvolver essas neoplasias em até 10 vezes. Além disso, a infecção por HPV também tem contribuído com o aumento na incidência da doença entre os jovens, principalmente pela falta de proteção na prática de sexo oral”, alerta o especialista.
Os principais sinais aos quais as pessoas devem ficar atentas são manchas brancas e feridas na boca, associadas a dor local. Feridas na boca que demoram a cicatrizar, nódulos no pescoço, rouquidão persistente e dificuldade para engolir são indícios que devem ser sempre valorizados. “Na presença de algum desses sintomas por mais de duas ou três semanas, a pessoa deve consultar um médico para avaliação”, relata Agra. O tratamento pode ser feito por meio de cirurgia e radioterapia que pode ser associada à quimioterapia.
Dados
Os números assustam. O câncer de cabeça e pescoço é o quarto mais comum no país, atrás apenas do câncer de próstata, mama e colón e reto. O INCA estima para 2018 cerca de 14.700 novos casos na região da boca, 7.670 na laringe e 9.610 na glândula tireoide. No Brasil, o câncer de boca chega a ser o 3º ou 4º tipo de tumor mais frequente em algumas regiões, ocorrendo 7 vezes mais em homens do que em mulheres. O tabagismo está relacionado a 97% dos diagnósticos de câncer de laringe e cavidade oral.