De 2000 a 2016, menos pelos 4.455 mulheres morreram por esse motivo. Em uma década, o Sistema Único de Saúde gastou R$ 486 milhões de reais com internações para tratar complicações com abortos.
De 2008 a 2017, 2,1 milhões de mulheres foram internadas e 75% dos abortos foram provocados. O número de internações caiu nos últimos 10 anos, mas, por outro lado, as despesas hospitalares aumentaram 12%, porque os casos estão mais graves. Em quase um terço das ocorrências, houve sérias complicações depois do aborto, como hemorragias e infecções. De 2000 a 2016, menos pelos 4.455 mulheres morreram por esse motivo.
O levantamento, conseguido pela Folha, está no relatório do Ministério da Saúde, que deve ajudar o Supremo Tribunal Federal em uma ação que pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Em nota, o Ministério da Saúde disse que não vai se posicionar sobre a descriminalização, mas que vai subsidiar o debate com dados de saúde pública.
Apesar de não querer emitir uma opinião, o ministério mandou um texto ao STF dizendo que está cada vez mais difícil diminuir as mortes por aborto sem uma “renovação da política pública que considere reduzir restrições à interrupção da gestação”. A nota ainda adiciona que a ilegalidade do aborto não impede sua prática, mas afeta drasticamente o acesso a um procedimento seguro e impõe maior risco de complicações e de morte materna evitável.