Setembro Dourado: mês sobre a conscientização do câncer infanto juvenil
10/09/2018
O mês de setembro recebeu a cor amarela representando o suicídio e o dourado para representar a conscientização sobre o câncer infanto-juvenil (crianças e adolescentes entre 0 e 19 anos). O setembro dourado foi criado para alertar profissionais da saúde, pais, educadores e sociedade em geral sobre a importância de se atentar aos sinais e sintomas sugestivos do câncer infanto-juvenil, contribuindo com a sua detecção e tratamento precoces. Essas ações também visam reivindicar os devidos investimentos na assistência a esses pacientes que “valem ouro”, por isso o dourado foi a cor escolhida.

“O câncer infanto-juvenil é considerado uma patologia rara que apresenta características distintas, especialmente em relação à histopatológica e ao percurso clínico. Ele faz parte de um conjunto de doenças mais agressivas, com curtos períodos de latência e que se proliferam rapidamente. Entretanto, demonstra perspectivas de bom prognóstico, se houver um diagnóstico precoce com um tratamento rápido e eficaz, sendo que as chances de cura podem chegar a 80%”, disse a médica oncologista, Katia Perciano.

O oncologista, Cristiano Drummond explica: É preciso ficar atento a certos sintomas que crianças e adolescentes podem apresentar, como palidez, dor óssea, hematomas ou sangramentos pelo corpo, caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores e não acompanhados de febre ou outros sinais de infecção, perda de peso sem causa aparente, febre e sudorese noturna, tosse persistente ou falta de ar, alterações oculares (reflexo branco na pupila, estrabismo recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos), inchaço abdominal, dores de cabeça, especialmente se forem incomuns e contínuas, além de vômitos recorrentes pela manhã ou com piora durante o dia, dores nos membros e inchaços sem qualquer sinal de infecção ou trauma.

“O aparecimento de um ou mais desses sintomas não indica especificamente um diagnóstico de câncer, mas eles devem ser investigados através de uma avaliação de um especialista, com exames clínicos, radiológicos e laboratoriais”, completou Cristiano.

Quanto aos vários tipos de câncer infanto-juvenil, há uma diferença entre os países. Naqueles em desenvolvimento, com uma população infantil de 50%, a proporção do câncer nas crianças representa de 3% a 10% do total de neoplasias. Já nos países desenvolvidos, essa proporção atinge somente cerca de 1% (Estimativa 2016: Incidência do câncer no Brasil – INCA e Ministério da Saúde).

No Brasil, em 2013, houve aproximadamente 2.800 óbitos por câncer em crianças e adolescentes (de 0 a 19 anos). As neoplasias foram a segunda causa de morte em crianças e adolescentes (de 1 a 19 anos) nesse mesmo ano, ficando abaixo apenas dos óbitos por causas externas, configurando-se como a doença de maior letalidade (Estimativa 2016: Incidência do câncer no Brasil – INCA e Ministério da Saúde).

De acordo com a estimativa do INCA e do Ministério da Saúde de 2016 a leucemia é o tipo de câncer infanto-juvenil mais frequente na maioria das populações (25% a 35%). Os linfomas correspondem ao terceiro tipo mais comum nos países desenvolvidos, já nos países em desenvolvimento, ele ocupa o segundo lugar. Os tumores do sistema nervoso central ocorrem principalmente em crianças menores de 15 anos, com um pico na idade de 10 anos. Os tumores embrionários (retino blastoma, neuroblastoma, tumor de Wilms), são responsáveis por cerca de 20% de todos os tumores infanto-juvenis e quase nunca ocorrerão em outra faixa etária.

Descobrir que uma criança ou um adolescente tem câncer é algo extremamente difícil de se enfrentar, ainda mais para os pais. No entanto, os progressos nas pesquisas e tratamentos tornaram a cura algo mais provável, especialmente quando a doença é identificada logo no início. Hoje, em torno de 70% das crianças e adolescentes com câncer podem ser curados e a maioria terá uma qualidade de vida satisfatória, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.

Diante deste cenário, torna-se necessário a criação de redes de apoio às crianças, adolescentes e suas famílias com o intuito de oferecer suportes clínico, emocional, financeiro e material afim de propiciar um cuidado holístico e individualizado a cada um, com o objetivo principal de minimizar ao máximo os possíveis agravos causados pelo câncer em suas vidas.
Fonte: Anahp




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