Anunciada nesta sexta-feira (28), a iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) quer garantir que pelo menos 60% das crianças com câncer consigam sobreviver à doença. Objetivo da agência da ONU é alcançar essa marca até 2030, por meio da ampliação do tratamento e diagnóstico. Por ano, no mundo, são identificados 300 mil novos casos de câncer entre crianças e jovens de até 19 anos.
Com a Global Initiative for Childhood Cancer, o organismo internacional espera poder salvar mais de 1 milhão de vidas. A meta dos 60% representa uma duplicação da taxa média de cura para meninos e meninas com câncer em todo o planeta.
Nos países de baixa e média renda, os jovens com a doença têm quatro vezes mais chances de morrer pela enfermidade do que crianças em países de alta renda. Isso ocorre porque seus problemas de saúde não são diagnosticados. Além disso, com frequência, esses menores de idade são forçados a abandonar o tratamento devido aos altos custos e à falta de treinamento especializado dos profissionais de atenção.
A iniciativa da OMS tem dois objetivos: aumentar a priorização do câncer infantil por meio da conscientização em níveis global e nacional; e garantir que os países ofereçam as melhores práticas no tratamento da doença entre crianças.
A Organização ajudará os governos a avaliar suas atuais capacidades de diagnóstico e terapia, incluindo a disponibilidade de medicamentos e tecnologias. A agência da ONU vai definir e priorizar programas de identificação e tratamento da doença, além de integrar o câncer infantil em estratégias nacionais, planos de benefícios de saúde e sistemas de seguridade social.
A iniciativa da OMS envolve ainda a elaboração de um pacote técnico para preparar os sistemas nacionais de atendimento. Entre os parceiros do organismo internacional, está o Hospital de Pesquisas St. Jude Children, nos Estados Unidos, o primeiro centro colaborador da Organização em câncer infantil, que disponibilizou 15 milhões de dólares para o projeto.
O lançamento da estratégia foi feito logo após a Terceira Reunião Global de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que convocou chefes de Estado e ministros a agir com urgência para enfrentar essas enfermidades. A lista de complicações de saúde inclui o câncer, diabetes e doenças cardiovasculares e pulmonares, que matam 41 milhões de pessoas por ano.