CVS vende rede Onofre para Raia Drogasil
01/03/2019
Após pouco mais de dois meses de negociação, o grupo RD (Raia Drogasil) assinou ontem acordo para aquisição da rede Onofre, controlada pelos americanos da CVS Health, com 50 lojas e vendas brutas de R$ 479,4 milhões em 2018. Com a transação, a CVS deixa o mercado brasileiro de farmácias.

A CVS começou a procurar interessados na Onofre no fim do ano passado, por meio da assessoria financeira do IGC Partners, e a RD avançou nas conversas, especialmente por ver ganhos com a aquisição da operação on-line da rede. Pouco menos da metade das vendas da Onofre vem do site. O Rothschild assessorou a RD. Outras redes, como Extrafarma e Drogaria Pacheco São Paulo, teriam sido sondadas inicialmente.

É a primeira aquisição de uma varejista desde a formação da RD, em 2011. A RD deve usar a Onofre como a marca mais combativa na venda virtual. "A compra veio como uma oportunidade porque não pretendíamos usar Raia ou Drogasil para isso [ser agressivo em preços no on-line]", diz Eugênio De Zagottis, diretor de planejamento da RD. Nas lojas físicas, a empresa ainda avalia o risco de sobreposições e se manterá a marca Onofre em todos os pontos.

"Os pontos são muito bons, não vemos alta canibalização, mas se existir uma loja que vende muito menos que outra, fecharemos aquela com desempenho pior", afirma Zagottis.

A RD não menciona ganhos de sinergia e diz que a atual CEO da Onofre, Elizangela Kioko, continua na função até o fim da transição e integração dos negócios. "Após esse processo, veremos o que faz sentido para as partes."

A Onofre, fundada pela família Arede em 1957, se concentrou na operação on-line nos últimos anos e deixou de lado a aberturas de lojas. Em São Paulo, onde estão 47 de seus 50 pontos, itens comprados no site são entregues em até quatro horas. "A empresa tem um centro de distribuição na Mooca, em São Paulo, e um modelo de gerenciamento de pedidos e de 'pricing' [determinação de preços] que ajudam a explicar o crescimento no digital. Temos que trazer parte dessa 'expertise' para nós", diz Marcilio Pousada, CEO da RD.

Ao se considerar a operação como um todo, a RD terá que absorver um negócio no prejuízo, exatamente pelo modelo comercial agressivo no on-line. As 50 lojas da Onofre representam apenas 3% da base de pontos da RD e pouco mais de 3% das vendas do grupo.

A CVS deixa o negócio após não ter obtido os resultados esperados. Além disso, afirma ter identificado passivos na operação depois da compra. A família Arede sempre negou isso. O caso está em câmara de arbitragem e a CVS segue como responsável pelo processo.
 
Fonte: Valor




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