Saúde: 53% dos beneficiários são mulheres
14/03/2019

Desde a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em janeiro de 2000, o número de mulheres titulares de planos de saúde no Brasil é superior ao número de homens. Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 08/03, a ANS divulga dados que destacam essa tendência: em dezembro de 2000, cerca de 54% dos beneficiários eram mulheres e, 19 anos depois, em janeiro de 2019, o percentual se mantém, com 53,3% dos beneficiários do sexo feminino. Ou seja, dos 47,36 milhões de usuários de planos de assistência médica registrados no período, mais de 25,24 milhões são mulheres.

Dentro da própria ANS também é grande a presença feminina: elas representam 52,1% dos quase 1,4 mil colaboradores e ocupam postos de liderança, inclusive na diretoria. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação feminina no mercado de trabalho vem aumentando nos últimos anos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2012-2017 mostrou que em 2017, de 91,5 milhões de pessoas ocupadas, 43,4% eram mulheres. Em 2012, eram 42,3% de mulheres ocupadas, num contingente de 89,7 milhões de trabalhadores.

A cobertura mínima obrigatória dos planos de saúde contempla diversos procedimentos relacionados à melhoria e à manutenção da saúde da mulher. Em 2018, quatro cirurgias laparoscópicas foram incorporadas, ampliando os cuidados para este público na saúde suplementar: debulking (câncer de ovário), restauração do suporte pélvico, desobstrução e restauração da permeabilidade das tubas uterinas.

Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos usuários de planos de saúde, a ANS estimula as operadoras a integrarem programas de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev) à coordenação do cuidado dos beneficiários. Atualmente há mais de 1,8 mil programas em todo o país informados à ANS, sendo que 15,5% deles, ou seja, 281 programas têm foco exclusivamente na saúde da mulher. Entre os temas abordados estão: saúde mental e bucal; planejamento familiar; incentivo ao parto normal; pré-natal, parto e puerpério; climatério; osteoporose; prevenção de câncer de mama e cuidados paliativos, entre outros.

Outra ação voltada para a mulher é o Projeto Parto Adequado, criado pela ANS em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI), que tem como objetivo estimular o parto normal em estabelecimentos de saúde no Brasil. O projeto está na fase 2 e conta com participação de 113 hospitais (sendo 26 públicos e 87 privados), além do apoio de operadoras de planos de saúde em âmbito nacional.

Na primeira fase do projeto, criado em 2015, 10 mil cesarianas desnecessárias foram evitadas. Mas ainda é alto o número de cesarianas feitas no país. Dados da ANS apontam que, em 2015, a taxa de partos cesáreos chegava a 84,6% na saúde suplementar. Em 2017, a taxa caiu para 83%. O objetivo da ANS é que a taxa de partos normais chegue a 40% entre os participantes do projeto Parto Adequado, e que esses resultados positivos estimulem uma mudança em grande escala no sistema de saúde do país, reduzindo as ocorrências de cirurgias desnecessárias e melhorando a saúde de mães e bebês.

Já é comprovado cientificamente que o trabalho de parto é bom para a saúde dos bebês, uma vez que têm menos chances de desenvolverem doenças como asmas, diabetes, alergias e obesidade.

Os cuidados das mulheres com a saúde podem ser verificados através da pesquisa Vigitel Saúde Suplementar. Segundo dados da edição mais recente (2017), elas apresentam melhores percentuais do que os homens em indicadores como tabagismo, excesso de peso e obesidade, por exemplo. No conjunto das 27 cidades brasileiras pesquisadas, a frequência de excesso de peso foi de 53,7%, sendo maior entre os homens (61,6%) do que entre as mulheres (47,6%).

Em relação ao tabagismo, a frequência de adultos fumantes foi de 7,9%, sendo maior no sexo masculino (10%) do que no feminino (6,3%). A frequência do consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana foi de 13,6%, também sendo mais alta entre os homens (16,6%) do que entre as mulheres (11,2%), enquanto a frequência de consumo recomendado de frutas e hortaliças foi de 29,4%, sendo menor em homens (23,2%) do que em mulheres (34,3%).

A Vigitel Saúde Suplementar é uma parceria entre o Ministério da Saúde e a ANS e tem como objetivo monitorar por telefone a frequência e distribuição dos principais determinantes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Na edição mais recente divulgada, foram realizadas 53.034 entrevistas por telefone, sendo que 63,2% delas foram respondidas por mulheres.

Fonte: Anahp




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