Startups estrangeiras reforçam interesse no país
07/06/2019
"O momento de investir no Brasil é agora", disse Coenraad can der Poel, diretor-geral para Américas da UiPath, empresa que desenvolve robôs que automatizam processos de negócios (RPA, na sigla em inglês). Com valor de mercado estimado em US$ 7 bilhões, a UiPath integra a lista dos 30 maiores "unicórnios" globais. "Unicórnios" são startups que valem a partir de US$ 1 bilhão. A empresa foi criada por dois romenos e está reforçando os investimentos no país, mesmo diante de um cenário econômico aquém do esperado.

Outras startups estão dando mais atenção ao Brasil, como Netskope, Docker e Zoom - todas com sede nos Estados Unidos. Essas empresas participaram ontem, em São Paulo, de um evento organizado pela Base Partners, fundo de investimento criado por Fernando Spnola, que trabalhou nas gestoras Skopos e Núcleo Capital.

A UiPath abriu recentemente um escritório no país, onde conta com 30 funcionários. Nos próximos 12 meses, a expectativa é chegar a 100. "As empresas estão prontas para comprar e não apenas curiosas em relação à tecnologia. Os executivos entendem os ganhos de eficiência e de rentabilidade que a automação pode trazer, e isso vale se a economia vai bem ou mal", disse Poel.

A Netskope, de segurança, planeja investir US$ 5 milhões no país até o fim do ano. Boa parte dos recursos está sendo dirigida à instalação de um centro de dados no Rio, para atender os clientes locais. "O investimento já foi pago com os contratos que fechamos no país", disse Sanjay Beri, fundador e presidente da companhia.

Segundo Beri, um desafio que o Brasil precisa enfrentar é o da formação de mão de obra para atuar no mercado de tecnologia, especialmente em segurança da informação. "O que as empresas poderiam fazer é colocar como uma das responsabilidades de seus executivos da área de segurança dar aulas em instituições de ensino. Assim, eles poderiam garantir essa formação e eventualmente até contratar alguns dos talentos formados", afirmou.

Recém-listada na Nasdaq, sob uma oferta pública pela qual levantou US$ 358 milhões, a empresa de videoconferência Zoom enxerga o Brasil como um dos mercados mais importantes dentro de seu plano de expansão internacional, afirmou Oded Gal, que comanda o gerenciamento de produtos da empresa. A Zoom não tem planos de estabelecer uma operação local em curto prazo, mas não descarta essa possibilidade. "O Brasil é uma grande oportunidade", disse.

A Docker, que faz ferramentas de código aberto que ajudam no desenvolvimento de software, também está dando os primeiros passos para ampliar sua atuação no Brasil. Segundo Steve Singh, que presidente tanto o conselho como as operações da companhia, cinco milhões de pessoas já usam o produto no país. O desafio, agora, é conseguir contratos de serviço pagos. "Toda empresa vai se transformar em uma empresa de software", disse.

A proposta da Base, que organizou o evento, é captar recursos de investidores brasileiros para investir em empresas de tecnologia ao redor do mundo.

Além de investir, a Base atua como parceira de negócios das companhias no Brasil, fazendo conexão com potenciais clientes. Além de UiPath, Netskope, Docker e Zoom, o portfólio inclui a americana Stripe, de pagamentos; a chinesa ByteDance, de inteligência artificial; a Mobile Premier League (MPL), de esportes eletrônicos; e a fintech Nubank.
 
Fonte: Valor




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