Grupo BP investe R$ 100 milhões em novo hospital
23/07/2019
Após investir R$ 50 milhões num complexo de imóveis no bairro da Penha, em São Paulo, o grupo BP (atual nome da Beneficência Portuguesa) vai destinar mais R$ 100 milhões para erguer um terceiro hospital no local. Desde 2012, a BP possui um hospital destinado ao atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) neste complexo e acaba de inaugurar uma unidade voltada para pacientes de planos de saúde e particulares.

Com a iniciativa, a BP expande geograficamente sua atuação, que desde 1957 estava concentrada na região da Bela Vista, bairro que até hoje abriga suas principais atividades. "Escolhemos a Penha porque é um dos bairros com a menor oferta de leitos em São Paulo. Quando as três torres estiverem prontas, vamos ter, na região, entre 300 e 350 leitos para pacientes SUS e privados", disse Denise Santos, CEO da BP. Atualmente, o grupo conta com quase 970 leitos, no total.

A terceira torre hospitalar no bairro da Penha, cujas obras devem ser concluídas em dois anos, será destinada a procedimentos de baixa e média complexidades e a pacientes que possuem plano de saúde.

No segundo hospital do complexo da Penha, que foi inaugurado no mês passado, a BP está trabalhando com modelos de remuneração distintos do 'fee for service' (conta aberta) com a seguradora SulAmérica. "Estamos trabalhando a quatro mãos para implementação de modelos que tragam maior previsibilidade de custos e gastos, e priorizem o desfecho médico", disse Denise.

A executiva destacou que o setor de saúde está vivendo um novo momento e que o papel dos hospitais não deve se restringir a cuidar do paciente apenas durante o período de internação. "Não é mais aceitável não saber o que acontece com o paciente após sua alta hospitalar", disse Denise.
Uma das tendências do mercado de saúde é a remuneração baseada em performance, que considera o resultado final do tratamento ou procedimento médico. Para que esse sistema funcione, é necessário que o atendimento ao paciente seja coordenado, com a participação do hospital e do médico de atenção primária. Após uma cirurgia cardíaca, por exemplo, o paciente deve voltar a ser acompanhado por um cardiologista a fim de evitar uma reinternação, o que comprometeria a remuneração baseada em desfecho médico.

Outra frente de negócios do grupo BP é a área de oncologia. O segmento representa hoje 35% do faturamento total, que deve encerrar este ano em R$ 1,5 bilhão. O grupo é dono do BP Mirante, antigo Hospital São José, que tem em seu corpo clínico oncologistas renomados como Antônio Carlos Buzaid e Fernando Maluf. Segundo Denise, a expansão nos próximos anos deve vir da área de tratamento de câncer e uma das estratégias de negócio é fechar parcerias com investidores. Fundado em 2015, o BP Mirante já recebeu cerca de R$ 350 milhões em investimentos em equipamentos e infraestrutura.

Desde 2013, com a contratação de Denise, a BP passou por uma profunda reestruturação e modernização, que incluiu a entrada em novos segmentos, como o de oncologia. O hospital, então chamado de Beneficência Portuguesa, era deficitário desde 2009. Em 2013, a última linha do balanço apontava um prejuízo de R$ 70 milhões. O grupo voltou ao azul em 2015 e deve fechar este ano com superávit de R$ 200 milhões. Em seis anos, o faturamento saltou de R$ 750 milhões para R$ 1,5 bilhão.

A executiva foi contratada por Rubens Ermírio de Moraes, presidente da BP, que neste ano foi reeleito para seu terceiro mandato à frente do grupo.
 
 
Fonte: Valor




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