Sete em cada 10 pacientes recebem informações falsas sobre diagnósticos na internet
30/07/2019

Pesquisa realizada com 570 médicos registrados na plataforma Doctoralia mostrou que 73% deles receberam algum questionamento de seus pacientes no último ano sobre saúde que ao final descobriu-se ser apenas um boato. Mais do que isso, 72% desses profissionais notaram um aumento desses casos, ou seja, cada vez mais as pessoas procuram diagnósticos na internet e recebem informações que não são fidedignas.

Por exemplo, uma dor de cabeça no campo de busca do Google pode trazer diagnósticos de febre, dengue, meningite, AVC e tantas outras patologias que podem preocupar sem necessidade ou, no pior dos casos, passar uma falsa sensação de tranquilidade. Esse comportamento está fazendo com que os médicos fiquem preocupados com o que eles estão chamando de “cibercondríacos”, aqueles pacientes que se autodiagnosticam por meio de pesquisas na internet.

“Todo site sério sobre saúde ressalta, de uma forma ou outra, que as informações contidas ali não substituem uma consulta médica. Aqui mora o principal problema das pesquisas na internet: as informações acerca de uma condição de saúde ou doença disponíveis online muitas vezes são tratadas como diagnóstico pelo usuário”, diz o médico Frederic Llordachs, cofundador da Doctoralia.

De acordo com a pesquisa, 87% dos médicos atribuem esse aumento aos novos canais de comunicação imediatos (WhatsApp, redes sociais, etc) que permitem a difusão mais rápida dos boatos. As razões que levam as pessoas a pesquisarem seus sintomas na internet vão desde a comodidade até a ansiedade, passando pela dificuldade de atendimento.

Sobre as maiores dúvidas, os médicos puderam escolher mais de um tema na resposta, e entre os entrevistados, os maiores boatos surgem sobre as terapias alternativas. Nesse contexto, 62% dos profissionais são procurados por dúvidas dessa natureza. Em segundo lugar ficam as dúvidas sobre alimentação (45%), seguidas de questões sobre câncer (38%), efeitos adversos de medicamentos (34%), sexualidade (15%), dores (11%), intoxicação por medicamentos (10%) e outras naturezas que somam 7% dos questionamentos.

Mas, nove a cada 10 médicos acreditam que os pacientes deveriam receber formação para distinguir os boatos das informações verdadeiras. “Além de informações que podem estar erradas, ainda há casos em que a informação passada por um parente ou amigo, ganha um ar de credibilidade falso e perigoso. Mesmo quando um diagnóstico é feito em consultório, nem sempre é conclusivo e rápido, ou seja, a saúde merece atenção e cuidado”, explica Frederic.





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