Campanha alerta que câncer de pulmão não se restringe a fumantes
02/08/2019

Iniciativa tem objetivo de tirar estigma que atinge os pacientes e incentivar a realização de exames preventivos
Prevenção. Além de exames periódicos, dieta saudável e não fumar são medidas para evitar doença
Durante o mês de agosto, exames de raio X espalhados pela cidade de São Paulo vão fazer um alerta sobre o câncer de pulmão. Será a campanha Respira Agosto, iniciativa do Instituto Lado a Lado pela Vida, que tem como foco mostrar que a doença não atinge apenas fumantes e incentivar a realização de exames preventivos.

“Nós começamos a ter um olhar mais dirigido ao câncer de pulmão por causa do número expressivo de casos. Também temos visto que as pessoas estão chegando ao sistema de saúde em uma fase muito avançada da doença”, afirma Marlene Oliveira, presidente e fundadora do Instituto Lado a Lado pela Vida.

De acordo com ela, a campanha também tem como objetivo tirar o estigma dos pacientes com câncer de pulmão, que, muitas vezes, são tratados com insensibilidade ou são vítimas de preconceito. “O paciente com câncer de pulmão é colocado como o grande vilão, porque as pessoas pensam que foi ele que ocasionou isso. Alguns têm vergonha de dizer que têm câncer, porque a cobrança é muito grande. A gente quer empoderar o paciente”, explica Marlene.

Além do raio X, a campanha também conta com um pulmão com seis metros de altura e seis metros de largura, que foi usado no ano passado e deve ser colocado em locais com grandes públicos, como estádios de futebol.

No Brasil, conforme os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres e o primeiro no mundo desde 1985. A estimativa é de 31.270 novos casos (2018), dos quais 18.740 serão em homens.

Risco. O tabagismo é a principal causa da doença, mas especialistas alertam que há outros fatores de risco. “Existem várias hipóteses. O cigarro está relacionado a 80% dos tumores, mas não é o único fator. O que se fala em estudos é que a poluição é um fator de risco, principalmente entre jovens”, afirma Fernando Santini, oncologista do Hospital Sírio Libanês e membro do comitê científico do instituto.

Ele diz que a adoção de bons hábitos, como não fumar e ter alimentação saudável, são medidas que podem ser adotadas para evitar o surgimento da doença. Outra estratégia importante é fazer exames de rastreamento. “Pessoas de 55 a 80 anos que fumam ou que pararam de fumar há menos de 15 anos têm indicação de fazer tomografia de baixa dose de radiação uma vez por ano. O objetivo é detectar nódulos pulmonares enquanto estão pequenos. Em mulheres, isso reduz em 40% a chance de morte”, acrescenta Santini.

Ainda segundo ele, o tratamento de câncer pode ser feito por meio de medicamentos, associação de quimioterapia e imunoterapia e cirurgia.

Referência global. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou relatório que aponta o Brasil como o segundo país a cumprir as medidas indicadas pela entidade para reduzir o tabagismo. Na última década, a quantidade de fumantes no País foi reduzida em 40%.

De acordo com o documento da OMS, Brasil e Turquia foram os países que implementaram as ações com sucesso – dentre 171 nações que aderiram às medidas globais da OMS. No Brasil, o tratamento para o tabagismo é oferecido em mais de 4 mil unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).





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