Varejo farmacêutico: como se preparar para as tendências de mercado?
16/08/2019

O varejo farmacêutico é um dos poucos setores que cresceu independente do cenário econômico desfavorável no Brasil. Em 2018, por exemplo, as vendas do setor aumentaram 11,76% com relação ao ano anterior, chegando à marca de R$ 120,3 bilhões, quase quatro vezes o crescimento do varejo, segundo dados da IQVIA fornecidos pela Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar).

Isso aconteceu, principalmente, porque as farmácias avançaram fortemente no nosso país nos últimos anos. A expansão das lojas físicas e a oferta de itens de perfumaria e dermocosméticos fizeram com que os pontos de venda tornassem cada vez mais relevantes no dia a dia da população.

Para os próximos cinco anos, a projeção é que esse setor passe por modificações ainda maiores e continue se desenvolvendo. Veremos mais claramente que, no futuro, o impacto do digital sobre os negócios, o avanço em novas categorias de produtos, a oferta de serviços e várias outras mudanças irão impactar positivamente o mercado.

Pensando nisso, listei sete tendências que irão transformar o varejo farmacêutico brasileiro.

Comunicação Digital – Na nova era, todas as pessoas se tornarão comunicadoras, falando sobre suas experiências, exercendo assim uma influência cada vez maior sobre as decisões de compra de outras pessoas. Mesmo que a marca não tenha um canal oficial online, ela já estará no ambiente digital de alguma forma. Com isso, o relacionamento com uma empresa começará muito antes que ele entre na loja.

A força do e-commerce – As vendas no e-commerce vêm crescendo em ritmo acelerado, tornando os canais online cada vez mais relevantes, inclusive no varejo farmacêutico. Porém, é preciso ter uma estratégia online bem estabelecida e utilizar os dados coletados nos meios digitais para aprofundar o relacionamento com os clientes em todos os pontos de contato, sejam eles físicos ou não.

Serviços farmacêuticos – As farmácias vão deixar de ser lugares para a venda de medicamentos e se transformarão em centros de serviços de saúde, com clínicas, exames laboratoriais, óticos e de beleza. A flexibilização das leis também deverá permitir a oferta de novas categorias de produtos, transformando as farmácias em verdadeiras em lojas de conveniência, ocasionando um melhor aproveitamento do PDV e sua rentabilização.

Transformação do PDV – A possibilidade de comprar online, com segurança, praticidade e rapidez, tem feito com que a loja física adquira outras características para além da venda de produtos, transformando o PDV em algo mais. O varejo farmacêutico não está imune a essa tendência: o consumidor comprará mais no ambiente online, recebendo o produto em poucas horas no conforto da sua residência.

Tecnologia na saúde – Embora existam questões de privacidade a serem resolvidas, eventualmente os dados de um paciente se tornarão centralizados, padronizados e compartilháveis. Isso permitirá ao setor transmitir aos clientes insights, diagnósticos e predições personalizadas sobre sua saúde. Dispositivos de monitoramento, como pulseiras inteligentes e aplicativos no celular, fornecerão dados que, processados por algoritmos de Inteligência Artificial, colocarão o paciente no centro das decisões sobre sua própria saúde. Para o varejo, abre-se a oportunidade de participar do seu relacionamento muito antes da compra, entregando serviços e agindo de forma proativa, antecipando-se aos hábitos de consumo.

Prescrições eletrônicas – O uso da tecnologia no setor também possibilitará o fim das prescrições de medicamentos escritas à mão, com a utilização de receitas médicas digitais que terão informações padronizadas, digitadas e compartilhadas em rede. Isso facilitará o trabalho da equipe da farmácia em relação ao acesso de informações vinculadas ao paciente e a entrega dos medicamentos corretamente.

Direct to Consumer (D2C) – Com essas mudanças, a indústria poderá se relacionar diretamente com o consumidor, também conhecido por D2C, aumentando a competitividade no mercado. Com isso, os laboratórios poderão apresentar seu sortimento de forma completa, personalizar produtos e serviços, controlar o tom e o tema da comunicação com seu público-alvo e, por meio de marketplaces, ganhar tração nas vendas online sem disputar os mercados tradicionais, ocupados pelos parceiros varejistas.

Podemos concluir que o varejo farmacêutico precisará passar por uma mudança importante de mentalidade para lidar com todas essas transformações.  Em um futuro muito próximo, as farmácias deixarão de ser um ponto de venda para se tornar um ponto central na saúde e no dia a dia das pessoas de modo geral.

Para que o varejo desse setor possa prosperar nesse novo ambiente, é preciso posicionar os negócios de forma omnichannel, entendendo as interações do consumidor com as marcas, aproveitando toda oportunidade para ser relevante para o seu público de interesse. O futuro está mais próximo do que se imagina, prepare-se para ele!

Sobre o autor

Israel Nacaxe é COO e co-fundador da Propz – empresa de tecnologia que oferece soluções de inteligência artificial e Big Data para o varejo físico e serviços financeiros. Entre seus principais clientes estão Bradesco, Cencosud e Grupo RaiaDrogasil.





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