Saúde gerou 7 mil vagas na Bahia em 1 ano
21/08/2019

O setor de saúde tem sido um dos grandes responsáveis pela geração de empregos formais na Bahia. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, foram 7 mil novas vagas nesta atividade, entre junho de 2018 e junho deste ano. Dessas, 5,8 mil pessoas foram empregados nos hospitais, o que significa 77% do total.

As funções que mais empregaram, dentro das atividades de atendimento hospitalar, foram a de enfermeiro (1.200) e técnicos de enfermagem (2.100). A remuneração média do setor, no estado, foi de R$ 2.391,44, de acordo com dados divulgados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2017. Entre os novos empregos, a remuneração média dos baianos contratados gira em torno de R$ 1.483,75.

Quem busca uma oportunidade na área de saúde, mas não possui formação universitária na área, pode optar por buscar a formação técnica. Para ser um técnico de enfermagem é preciso ter apenas o segundo grau completo e se dedicar a, em média, dois anos de estudos. A carga horária mínima exigida pelo Ministério da Educação (MEC) envolve 1.200 horas de aula teórica e 600h práticas.

Por conta de um acesso um pouco mais facilitado em uma área que está sempre contratando, as escolas que oferecem os cursos estão sempre cheias. No caso da Escola de Enfermagem San Rafael, por exemplo, em torno de 1.000 alunos estão com a formação em curso. Desses, pelo menos 60% atuam em uma espécie de estágio, e conseguem um posto remunerado de trabalho antes mesmo de formar, ainda no 7º ou 8º mês do curso. Na escola, o investimento para se tornar um técnico é de R$ 6.300 pelos 24 meses de formação.

Um fator  tem contribuído para a geração de novas oportunidades de trabalho na área: a criação de novas unidades de saúde. Realizado pelo  IBGE, o Cadastro Central de Empresas (Cempre), apontou que, na Bahia, o aumento do número de unidade locais de empresas, entre 2016 e 2017, foi liderado por aquelas que atuavam no setor de Saúde Humana e Serviços Sociais. Elas passaram de 12.305, em 2016,  para 13.561 em 2017, uma alta  de 10,2%.

Um exemplo recente da criação de novas unidades no estado é o início da construção de um hospital da rede mineira Mater Dei, a primeira filial no nordeste.

Este mês, foi lançado um novo hospital em Salvador: o primeiro empreendimento da Rede Mater Dei na Bahia, com expectativa de gerar 3,5 mil vagas de empregos, diretos e indiretos. As obras da unidade, instalado na Avenida Vasco da Gama, começam em setembro.

Na construção da nova unidade, serão investidos R$ 500 milhões. O hospital, que terá 61,1 mil metros quadrados, contará com 24 pavimentos e 21 salas cirúrgicas e obstétricas. O atendimento será via convênios e particulares.

Hospital só perde para construção civil
Em comparação com as demais atividades da economia, o setor de saúde perde apenas para o da construção civil, que  acumula, nos últimos 12  meses, 9 mil novos postos de trabalho na Bahia.

O argumento é o mesmo do diretor médico do hospital Aliança, Alvaro Souza, para quem as razões passam também pelo aumento da expectativa de vida. “Essa é uma realidade para todo o mercado da Bahia. Muito por conta do envelhecimento da população. Como as pessoas estão vivendo mais, as doenças crônicas estão ganhando prevalência e exigindo principalmente mais cuidado intra hospitalar”.

No caso do Aliança, o diretor destaca que 35 a 40% das internações ocorrem com pacientes acima de 60 anos. “Isso exige muito do sistema hospitalar, que no aspecto quantitativo precisa de mais equipes focadas, e especializadas nas doenças crônicas”, destacou.

Evento em Salvador

A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) trouxe à Salvador o Pré Conahp – evento preparatório para o congresso da entidade que acontece em novembro.

No ciclo de palestras e debates, que aconteceu ontem, no Wish Hotel da Bahia, a intenção foi discutir a relação médico-paciente, para aprimorar os serviços. Com o tema “Saúde baseada na entrega de valor: o papel do hospital como integrador do sistema”, o evento contou com a presença de representantes de várias clínicas e hospitais, além de profissionais de saúde.

“O paciente 4.0 espera muito mais que um cuidado humanizado, ele quer participar do atendimento, ser protagonista do cuidado. Desta maneira, queremos gerar mais valor e qualidade para ele, mas com sustentabilidade para as empresas. Não oferecer nem menos nem mais, mas o correto. E isso só é possível por meio do uso racional e de uma atuação equilibrada para ambas as partes. É fazer gestão sobre o valor, focar no paciente de forma mais ampla e sistêmica”, diz o presidente do Comitê Científico do Conahp 2019, Mohamed Parrini.

*Com orientação do subeditor Geraldo Bastos

Fonte: Anahp




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