Doentes crônicos encarecem o plano de saúde empresarial
27/09/2019

A saúde é, definitivamente, um tema estratégico dentro da agenda empresarial. Se não em função da atração e retenção de talentos, já que 95% dos entrevistados pelo Ibope Inteligência para o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) considera importante ou muito importante a oferta do benefício para decidir entre um emprego ou outro, pelo seu impacto financeiro nos negócios. Em 2018, esse custo registrou alta de 16,9% nos 12 meses encerrados em março de acordo com o Índice de Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) e isso impulsiona os aumentos recorrentes aplicados pelas operadoras para as empresas que financiam a Saúde Suplementar no Brasil. Para quem busca a sustentabilidade desse recurso, é preciso conhecer e atuar principalmente com a parcela da população que possui doenças crônicas.

“Em função dessa condição, esse grupo tende a responder por 60% dos gastos totais em saúde, já que demandam o dobro de consultas e o triplo de exames para acompanhar o quadro clínico. Esses pacientes também correm maior risco de internação (algo em torno de 38,81% versus 13% daqueles que não possuem o agravante)”, detalha Fabiana Salles, CEO da GESTO, health tech de corretagem de plano de saúde baseada em ciência de dados para cuidar de vidas.

Em um levantamento recente, a corretora listou as principais cronicidades encontradas entre os beneficiários e os dependentes atendidos pelos benefícios empresariais da população GESTO no Brasil. As cinco mais recorrentes são: hipertensão arterial; dislipidemia (presença de colesterol anormalmente elevado ou gorduras no sangue); diabete; problemas ortopédicos; e saúde mental.

Ranking doenças crônicas nas empresas

Colocação Doença Porcentagem
1º Hipertensão arterial 7,17%
2º Dislipidemia 6,15%
3º Diabete 2,88%
4º Problemas ortopédicos 2,75%
5º Saúde mental 1,93%

O mapeamento levou em consideração uma amostra de 720 mil vidas no ano de 2018. Desses, 125 mil são doentes crônicos, o que representa 17% do total. “Ou seja, temos um cenário em que uma parcela muito pequena do quadro de pessoas atendidas foi responsável por 3/5 de todos os gastos com saúde enquanto os outros 2/5 são correspondentes a um total de 83% da população. Então, para que a sinistralidade não estoure durante o tempo de contrato com a operadora, é preciso que as empresas conheçam essa sua realidade, façam melhores escolhas do desenho do seu benefício e que implemente ações mais inteligentes no sentido de fazer com que as pessoas sejam corresponsáveis pela sua qualidade de vida e bem estar”, completa a executiva.

Com a experiência de administrar um banco de cerca de 6 milhões de vidas, maior do que a população de mais de 99% dos municípios brasileiros, a GESTO também detectou outros pontos preocupantes: 36,04% dos crônicos apresentam mais de uma condição simultaneamente e os gastos do grupo crônico masculino acima dos 59 anos são acima de R$100 milhões.

Para reverter e controlar essa variável, Fabiana aponta que uma aliada eficiente é a tecnologia. “A aplicação de ciência de dados é fundamental em diferentes níveis. Em um primeiro momento, ela age na predição de casos crônicos no longo prazo, o que ajudará o gestor a escolher o plano de saúde que melhor suprirá as necessidades da sua população no período por meio da qualidade e do prêmio certos, enquanto também aponta as situações em que os beneficiários deveriam estar realizando seus controles e não estão. E, em uma segunda etapa, contribui para orientar a implementação e a mensuração de programas multidisciplinares, assim como a adoção de medidas educativas e de acompanhamento para que a gestão do grupo garanta a sinistralidade controlada.”





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